Seção brasileira do Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores

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Demissões em massa na CSN Imprimir E-mail
Hafid Omar Abdel - 27 de março de 2016

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) demitiu 700 trabalhadores e trabalhadoras de uma só vez. No entanto, este número é ainda maior se levarmos em conta as demissões diárias e de terceirizados e terceirizadas. Visando lutar contra essas demissões, foi criado pelas comunidades eclesiais de base e movimentos sociais da região o Fórum de Resistência.

O Sindicato dos Metalúrgicos da Região Sul-Fluminense (dirigido pela Força Sindical), após saber das demissões, buscou o apoio de políticos como Carlos Lupi e Pezão e, para piorar, comemorou as 700 demissões como se fosse uma vitória, pois alegaram que seriam demitidos mais trabalhadores e trabalhadoras se não fosse o acordo que articularam com a empresa e com estes políticos.

Este acordo teve, como resultado, apenas 90 dias de plano de saúde para os demitidos, duas cargas extras no cartão de alimentação, curso de qualificação, além do nome no banco de dados da empresa para uma possível recontratação.

Após muitos anos de privatização, a empresa que tinha aproximadamente 30 mil empregados efetivos, hoje tem menos de 10 mil. Apesar de todo ano bater recorde de produção, a crise é sempre a desculpa para continuar enxugando o quadro de funcionários. A empresa não perdeu nada na crise, além de seus donos terem ganhado a CSN na privatização com um preço irrisório.

Não há nenhuma garantia de que a empresa não vai seguir em frente com o seu plano inicial de demitir 3 mil trabalhadores, diante da falta de vontade do Sindicato em organizar os trabalhadores e trabalhadoras para parar a empresa até que os demitidos e demitidas sejam readmitidos.

Luta histórica

Em 1988, houve uma greve histórica dos trabalhadores e trabalhadoras da CSN onde, em solidariedade, toda a cidade parou e, em um ato, deram-se as mãos abraçando a empresa e mostrando que estavam juntos dos trabalhadores e trabalhadoras em greve. Em 9 de novembro daquele ano, três trabalhadores morreram após a incursão do exército na fábrica: William, Valmir e Barroso. Nesta mesma greve, conquistou-se uma vitória recém legalizada na Constituição Federal: o turno de seis horas.

É preciso relembrar os caminhos da luta, das greves, das vitórias, relembrar pelo que os três operários morreram, é preciso relembrar qual é o nosso lado e lutar por ele e não comemorar as derrotas. Pelo fim da redução de direitos e pela readmissão de todos trabalhadores e trabalhadoras da CSN.

 
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