HISTÓRIA DO BRASIL: A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 = NARRAÇÃO PROF. CESAR MOTA
Vídeo-aula produzida pelo
Prof.
Cesar Mota. A Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres. O movimento tinha como objetivo principal a conquista da independência do
Brasil, implantar um regime republicano e elaborar uma Constituição. Dentre as principais causas da revolução pernambucana podemos destacar Presença maciça de portugueses na liderança do governo e na administração pública no Brasil. Influência dos ideais iluministas, principalmente os que criticavam duramente as estruturas políticas da monarquia absolutista,
Grande seca que havia atingido a região em 1816 acentuando a fome e a miséria.O movimento iniciou com a ocupação do
Recife, em 6 de março de 1817. No regimento de artilharia, o capitão José de
Barros Lima, conhecido como
Leão Coroado, reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada o comandante Barbosa de
Castro. Depois, na companhia de outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas monarquistas. O governador Caetano
Pinto de
Miranda Montenegro refugiou-se no
Forte do
Brum, mas, cercado, acabou se rendendo. O movimento foi liderado por
Domingos José Martins, com o apoio de
Antônio Carlos de Andrada e
Silva e de
Frei Caneca. Tendo conseguido dominar o Governo
Provincial, se apossaram do tesouro da província, instalaram um governo provisório e proclamaram a
República.
Para conquistar o apoio popular, o governo provisório abaixou impostos, libertou presos políticos e aumentou o salário de militares. Em 29 de março foi convocada uma assembléia constituinte, com representantes eleitos em todas as comarcas, foi estabelecida a separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial, porém havia liberdade de culto ( o livre exercício de todas as religiões ); foi proclamada a liberdade de imprensa (uma grande novidade no Brasil); abolidos alguns impostos; a escravidão entretanto foi mantida. À medida que o calor das discussões e da revolta contra a opressão portuguesa aumentava, crescia, também, o sentimento de patriotismo dos pernambucanos, ao ponto de passarem a usar nas missas a aguardente (em lugar do vinho) e a hóstia feita de mandioca (em lugar do trigo), como forma de marcar a sua identidade. Os rebeldes enviaram emissários para outras províncias do norte e nordeste para derrubar os governos e ampliar a revolução. As tentativas de obter apoio das províncias vizinhas fracassaram. Na
Bahia, o emissário da revolução, José Inácio Ribeiro de
Abreu e Lima, o Padre
Roma, foi preso ao desembarcar e imediatamente fuzilado por ordem do governador, o conde dos
Arcos. No
Rio Grande do Norte, o movimento conseguiu a adesão do proprietário de um grande engenho de açúcar,
André de
Albuquerque Maranhão, que depois de prender o governador, José Inácio
Borges, ocupou
Natal e formou uma junta governativa, porém não despertou o interesse da população e foi tirado do poder em poucos dias
.. Preocupado com a possibilidade de ampliação da revolta para outras províncias,
D.João VI organizou uma forte repressão militar contra os rebeldes de
Pernambuco Tropas enviadas da Bahia avançaram pelo sertão pernambucano, enquanto uma força naval, despachada do
Rio de Janeiro, bloqueou o porto do Recife. Em poucos dias 8000 homens cercavam a província. No interior, a batalha decisiva foi travada na localidade de
Ipojuca. Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em direção ao Recife. Em 19 de maio as tropas portuguesas entraram no Recife e encontraram a cidade abandonada e sem defesa. O governo provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte. Os embates duraram 75 dias, resultando na derrota dos revoltosos. Os líderes foram presos e condenados à morte. Apesar de sentenças severas, um ano depois todos os revoltosos foram anistiados, e apenas quatro haviam sido executados. Dominada a revolução, foi desmembrada de Pernambuco a comarca de
Rio Grande (atual Rio Grande do Norte), tornando-se província autônoma. Também a comarca de
Alagoas, cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis à
Coroa, como recompensa, puderam formar uma província independente. Em
2007, o dia 6 de março foi declarado a
Data Magna de Pernambuco, por causa da Revolução Pernambucana. Em 2009, o Governo de Pernambuco aprovou nova lei, alterando a Data Magna do Estado para o primeiro domingo de março.