Grécia / México [2012]: “Uma troca de ideias entre anarquistas”

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Uma troca de ideias entre anarquistas: Uma discussão sobre tática e prática entre @s membr@s encarcerad@s da Conspiração das Células de Fogo e alguns anarquistas de práxis radicad@s no México.

A tradução foi realizada por um grupo de tradução improvisado: inconstancia@riseup.net.

o texto em pdf: troca de ideiascompleto

Cartaz da Biblioteca Kaos, em Porto Alegre, aqui.

Introdução do anarquista preso da CCF Christos Tsakalos (4 de Dezembro de 2015), em grego, aqui.

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Prisões gregas: Texto de Panagiotis Argirou tendo em vista o final do julgamento pelo Projecto Fénix

Retirado de ContraInfo:

A TODXS XS COMPAS QUE ATRAVÉS DOS SEUS ACTOS ME DERAM MOMENTOS DE LIBERDADE

Só nos momentos em que a nossa tensão pela liberdade se encontra com a práxis é que somos realmente capazes de viver a anarquia, aqui e agora. Desgraçadamente, o sonho que carregamos nos nossos corações é demasiado grande para se evitar o risco de nos vermos frente à monstruosa muralha da autoridade levantada em defesa do Estado e do Capital. Quando realmente pomos a nossa vida em jogo, inevitavelmente acabamos por nos confrontar com as duras condições associadas à luta: a morte e a prisão.”
Nicola Gai*

Pouco antes do final do 4º julgamento consecutivo contra a Conspiração de Células de Fogo, e contra mim em particular – como um dos anarquistas que assumiu a  responsabilidade pela sua participação na CCF – gostaria de dizer algumas coisas dirigidas não ao tribunal mas a todxs xs companheirxs cuja ação deu ímpeto e subsistência ao Projeto Fénix.

A saudação clara de todxs xs membrxs presxs da CCF aos/às compas da Célula Sole – Baleno (a célula de sinpraxis entre Conspiração das Células de Fogo e Bandas de Consciência), custou-nos, no início, o processo por incitamento a 4 ações do Projeto Fénix: o ataque explosivo contra o veículo pessoal da directora da prisão de Korydallos em Atenas, o ataque explosivo ao veículo pessoal de um chefe dos carcereiros da prisão de Nafplio, o ataque incendiário a um hotel na Indonésia e o envio de uma carta-bomba ao ex-chefe da polícia anti-terrorista, em Atenas.

À posteriori, depois das autoridades competentes terem percebido que o ataque na Indonésia por parte da Unidade da Cólera / Conspiração Internacional pela Vingança – FAI / FRI, nunca se manteria de pé no julgamento, essa acusação caíu antes mesmo do início do julgamento.

No entanto, no que diz respeito aos outros ataques e à acusação em que me consideram instigador, por um lado isso ofende-me porque como anarquista abomino todas as formas de relação hierárquica, mas, por outro lado, ajuda-me a compreender que a dominação se sente ameaçada por guerrilheirxs anarquistas – quando, mesmo que a partir de uma situação de cativeiro, tentam estar presentes e conectadxs com a luta fora dos muros, saudando as hostilidades desencadeadas pelxs seus/suas companheirxs. A dominação sente-se ameaçada quando comprova que a condição de confinamento não é nem de longe suficiente para acabar com a energia combativa dxs presxs anarquistas. Isso por si só é suficiente para que se montem listas inteiras de acusação por incitação. Mas em nenhum caso é suficiente para quebrar a minha moral e o desejo de me conectar com todxs xs compas anarquistas que tomem uma posição combativa.

Portanto, por ocasião do final deste julgamento, gostaria de saudar novamente xs amadxs compas que por todo o lado, em todo o mundo, puseram em marcha a Conspiração da Internacional Negra dxs anarquistas da práxis através dos ataques do Projeto Fénix: do Chile à Rússia e da Alemanha à Indonésia.

Assim, em vez de declarar diante dos juízes, optei por enviar da minha cela um flamejante abraço a todxs aquelxs que optaram por atacar e a quem tenha armado a Anarquia com fogo e pólvora.

Cada actividade em separado, cada ação em especial, deu-me força e iluminou o meu coração com a chama da insurgência anarquista.

Daqui, do país do cativeiro, senti perto de mim cada um/uma dxs compas que das trincheiras do ataque conspirativo prejudicou a normalidade social, de cada forma possível.

A dinâmica que se manifestou com o Projeto Fénix deixou um legado significante, ao estudar o seu impacto dei conta de novas perspectivas de luta aberta para a Anarquia, quando se vai além das fronteiras e distâncias e se elege o choque frontal contra a dominação na base da organização informal.

Foi um desses momentos importantes que me incentivou a contribuir de novo com outra proposta para uma nova posição do combate anarquista através de uma chamada por um Dezembro Negro, um apelo conjunto com o companheiro anarquista Nikos Romanos.

Creio que as perspectivas abertas pelo Projeto Fénix e a coordenação informal da ação direta anarquista a nível internacional podem evoluir para algo mais ameaçador para o Poder, se se encontram com o resto da gama de práticas anarquistas, compondo um mosaico de ação anarquista multiforme a nível mundial que constantemente avança contra o Poder.

Então, tudo o que tenho a dizer à sua justiça é que moralmente, politicamente e em termos de valores, me encontro de todo o coração em cada ataque anarquista contra a dominação. Se quiserem, podem-me acusar de incitação a uma perpétua guerra anárquica contra a dominação, tal como eu poderei acusá-los de incitação a cada ato de barbaridade autoritária assinado em nome da justiça. Nada me daria maior satisfação do que a jubilosa notícia de que uma bala tinha sido cravada na sua cabeça como prémio pela sua vida miserável.

Viva o Projecto Fénix!

Viva o Dezembro Negro!

Viva a Coordenação Informal da Ação Anarquista Multiforme por todo o mundo!

Panagiotis Argirou
membro da Conspiração de Células de Fogo – FAI/FRI
24 de Dezembro de 2015

N.T. * Nicola Gai é um compa anarquista, preso em Itália, que assumiu a responsabilidade pela sua participação no ataque reivindicado pelo Núcleo Olga-FAI/FRI (disparar contra Roberto Adinolfi, o director executivo da Ansaldo Nucleare)

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[Chile] Projecto Fénix 2016: Dispositivo incendiário contra empresa de segurança, em Santiago

Retirado de ContraInfo:

Contra a tirania da realidade que tem sido imposta às pessoas escolho sempre o realismo mágico da anarquia e a revolução que nunca se termina
Christos Tsakalos.

Lutar pela liberdade inclui combater a impunidade de quem reprime e vigia as nossas vidas.

Abrimos a época dos incêndios de 2016 durante a noite de domingo, 3 de Janeiro, atacando com um dispositivo incendiário de ativação retardada os escritórios centrais da ISP Service, empresa de segurança privada criada por um ex-agente de inteligência da ditadura chilena que, como muitos outros ex-agentes da repressão ditatorial, desenvolveram o seu próprio negócio de segurança no sector privado, uma vez chegada a democracia. O nosso fogo conseguiu danificar parte da fachada do edifício localizado na rua Lord Cochrane, no centro de Santiago.

Estamos conscientes de que as empresas de guardas, câmaras e monitoramento remoto são um negócio rentável apoiado pela ideologia da segurança, promovida pelo Estado / Capital e apoiada pela maioria social que, sem questionar os discursos do poder, reproduz e defende a ideia da Segurança Total, fica feliz por em cada esquina de bairro aparecerem cada vez mais câmaras, guardas e bófia.

Acendendo o nosso fogo revoltoso nos narizes de quem vigia, demonstramos uma vez mais a vulnerabilidade da rede de dominação, potenciando as nossas decisões, relações e práticas quootidianas no ataque direto a edifícios, representantes, gestores e defensores do controlo social.

Já o dissemos e reafirmamos-lo: o poder nunca é invulnerável, o ataque anarquista é sempre possível.

A partir da informalidade antiautoritária, organizamos-nos sem especialistas, sem líderes ou hierarquias, para levar a cabo a praxis da conspiração anarquista contra o poder, dando continuidade, através do fogo, ao projeto da Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionária Internacional, porque a FAI / FRI  cobra vida onde qualquer indivíduo, célula ou grupo forjou com a sua própria AUTONOMIA o ataque direto, sem dar origem a dúvidas sobre as suas intenções, com uma forma de atuar certeira e não indiscriminada, com a SOLIDARIEDADE e o INTERNACIONALISMO anárquico como componentes essenciais de uma sedição libertadora sem centros nem periferia que quebre a normalidade opressiva e construa no presente a perspectiva da liberdade total.

Que mais ações como esta motivem a planificação de mais e melhores ignições e incêndios contra a miséria da ordem estabelecida, lembrando-se sempre de combinar as aprendizagens sobre como fabricar bombas incendiárias/explosivos com os conhecimentos necessários sobre como como deslocarmos-nos de forma segura através da cidade no momento de empreender a ação conspiratória e clandestina.

Combinemos as diversas formas de luta para derrubar este ou qualquer sistema de vida baseado no poder e na exploração!

Saudamos aquelxs que responderam com propaganda e acção à iniciativa por um Dezembro Negro – proposta a partir das prisões gregas pelos companheiros Panagiotis Argirou e Nikos Romanos. Que o ímpeto pela ação e debate não se detenha, que continue, se projecte e se concretize em estratégias de luta e em mais actos de insurreição que criem obstáculo e ponham em perigo os planos do poder.

Saudamos cada presx em luta que se mantenha dignx e consequente nas prisões do mundo civilizado.

Saudamos a vida em luta do guerreiro mapuche Matias Catrileo, assassinado há 8 anos (3 de Janeiro de 2008) pelas balas da democracia, disparadas nessa ocasião pelo polícia Walter Ramirez Espinoza, durante uma ação de recuperação de terras ancestrais.

Saudamos a cada humanx e animal que luta pela sua liberdade passando à ação contra o mundo da autoridade.

E aos/às nossxs companheirxs da FAI/FRI, encontrar-nos-emos novamente no voo da Fénix.

Viva a Coordenação Informal da Ação Anarquista Multiforme em todo o mundo!

Célula Anarquista de Ataque Incendiário “Fogo e Conciência”.
Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionária Internacional – Chile.

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[Espanha] Atualização da informação sobre repressão de anarquistas

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O último capítulo da repressão contra anarquistas, no Estado espanhol, dá pelo nome de Operação ICE. Na madrugada de 4 de Novembro de 2015 eram detidxs, nas suas casas, cinco companheirxs pertencentes ao colectivo Straight Edge Madrid – sob a acusação de organização terrorista. Dois dias depois passaram à disposição da Audiência Nacional, o tribunal de excepção espanhol – juntando-se aquelxs uma sexta pessoa que se encontrava a viajar quando a operação foi levada a cabo. Quatro dxs companheirxs foram postos em liberdade sob fianças que ascendiam a 20.000 euros. Declararam prisão preventiva para os outros dois. A 18 de Novembro – dois dias depois de ter saído também em liberdade a última pessoa que continuava em prisão preventiva referente à Operação Pandora II – abandonou a prisão um dos dois companheiros restantes, sob outra fiança de 8.000 euros, continuando o outro, até ao presente, sequestrado pelo Estado.

Para além deste companheiro outras duas pessoas continuam em prisão preventiva – xs companheirxs Mónica e Francisco, comfinadxs desde Novembro de 2013  – tendo sido ampliado para elxs o máximo de dois anos em prisão sem julgamento, segundo a legislação espanhola,

Desde finais de 2013, passaram já pela Audiência Nacional mais de 40 companheirxs anarquistas sob a acusação de terrorismo (Operações Columna, Pandora, Piñata, Pandora II, ICE) – tendo estado, várixs delxs, semanas ou meses na prisão, à espera de julgamento; a isto teremos de somar as fianças que se tiveram de pagar para muitos dos casos – para se conseguir que esperem fora da prisão o julgamento – e xs três compas que continuam na prisão.

Juan Manuel Bustamante Vergara
Centro Penitenciário Madrid IV, Navalcarnero.
Ctra. N-V, km. 27.7,
28600 Navalcarnero, Madrid, España – Espanha

Mónica Andrea Caballero Sepúlveda
Francisco Javier Solar Domínguez
C.P Villabona-Asturias
Finca Tabladiello s/n
33422 Villabona-Llanera
(Asturias) España – Espanha

Animamos-vos a escrever aos/às companheirxs e mostrar solidariedade da maneira que cada um/a entender. Continuem atentxs às atualizações e convocatórias.

Mais info em: efectopandora.wordpress.com   claudicarnuncarendirsejamas.noblogs.org

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[Brescia,Itália] Bomba na Academia Policial – Dezembro Negro

Retirado de ContraInfo:

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Segue-se o comunicado reivindicativo e alguns comentários, publicados a 4 de Janeiro de 2016:

Na noite de 17 para 18 de Dezembro colocámos una bomba (com 8 kg de pólvora) na “escola” da polícia de Brescia. Uma ação simbólica para causar dano material. Escolhemos esta hora do dia para não causar ferimentos nas pessoas de forma indiscriminada. Inauguramos, através desta acção, a nossa projetualidade de ataque anárquico como Célula Anarquista Acca (C.A.A), afins da Internacional Negra, juntando-nos à chamada de ação por um Dezembro Negro.

Juntamos-nos a esta via porque:

– Gostamos da ideia de uma coordenação internacional de anarquistas, utilizando a ação direta.

– A nossa ideia de “cumplicidade” vai muito para além de grupos e grupúsculos.

– Utilizamos os meios que consideramos oportunos em cada momento, com vista ao crescimento da ação, em cada detalhe. Neste sentido, o dano material neste ato foi nulo, mas é importante armar a nossa organização – sobretudo agora que sentimos uma grande  resignação entre xs anarquistas de Itália.

Atacámos um dos braços armados do Estado. Nesta “escola” são instruídos os esbirros de toda a Itália e de outros Estados. Isto é, inclusive, um pequeno sinal contra a guerra.

Soladizamos-nos com as pessoas que lutam contra os Estados e o Capital. Os nossos pensamentos estão com xs tantxs compas reprimidxs, detidxs, torturadxs ou assassinadxs no presente ou no passado. Em solidariedade com todxs xs presxs que lutam.

É um pequeno sinal de cumplicidade com as pessoas confinadas: a Alfredo por disparar contra Adinolfi, a Chiara (anarquista NO TAV) pelo ataque às obras do TAV [em Chiomonte], a Nicola Gai que juntamente con Alfredo aleijou o administrador da Ansaldo – e isso era o mínimo que merecia – a Nico, anarquista NO TAV…

A Mónica e Francisco que com sensatez e dignidade resistem nas prisões espanholas.

A Tamara Sol que mostrou como se vinga xs compas.

A Nikos [Romanos] pela sua contribuição sensível e humilde para uma chamada à luta.

Axs compas da CCF.

Axs compas que lutam, dentro e fora das prisões.

*

Resposta ao texto intitulado “Sotto pressione [Sob pressão]” [publicado a 18/12/2015]

A motivação principal da ação não é a pressão que leva à explosão mas sim a paixão ilimitada que liberta.

Não foi isso que nos fez armarmos-nos naquela noite em Brescia: Foi a paixão de tentar libertar-se da exploração, a de uma vida digna de ser vivida, a da liberdade.

São paixões e desejos transformados em ação, alguns dos mais maravilhosos gestos da vida perante a banalidade do espectáculo. Foi esta a paixão ilimitada que explodiu naquela noite, em Brescia.

As perguntas que fazemos a quem escreveu aquele texto são:
As ações não falam por si mesmas?
Porque estão a falar agora das ações?

Não gostámos de ler “esta é a pressão que explode na noite em Brescia” referindo-se a esta ação, ainda que se tenha feito isso de “boa fé”. Não o vivemos assim.

As ações em si não falam sempre por si mesmas e esta é a prova.

Célula Anarquista acca

fonte: Informa-azione via Croce Nera Anarchica

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[Atenas] Nova Okupa no 58 da rua Themistokleous, em Exarchia

Retirado de ContraInfo:

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Na noite de domingo, 10 de Janeiro de 2016, ocupámos o prédio vazio na rua Themistokleous nº 58, em Exarchia, Atenas. A intenção é abrir um lugar onde xs imigrantes – bloqueadxs aqui na Grécia, devido às políticas europeias de imigração- possam viver e se auto-organizar, livres do controle do Estado. Somos um grupo de indivíduos de diferentes lugares e contextos, conectado através da luta contra o Estado, nações, fronteiras, campos de concentração para imigrantes, prisões, capitalismo; eventualmente contra todas as partes deste sistema podre de dominação que nos oprime. Estamos abertos a qualquer um/a que concorde com os nossos princípios básicos e que, sem qualquer agenda política oculta, queira participar no projeto.

Esta Okupa não se destina a ser um serviço público. Não somos “voluntários” e não vemos os imigrantes como vítimas. Um dos desafios deste projecto será o de superar, na prática, a separação que nos foi imposta por fronteiras e cidadania. Esta casa almeja tornar-se num lugar onde as pessoas se organizem e que mutuamente aprendam umas com as outras, independentemente das suas origens.

Este é um ato contra o sistema e as políticas de imigração. Não é nossa intenção dar assistência à ajuda humanitária concedida pelo Estado. A ajuda humanitária não-crítica, integrada e / ou assimilada, está na verdade a ajudar o Estado a se concentrar nas medidas repressivas, de modo a perseguir e controlar as migrações. Recusamos-nos fortemente a cooperar não só com o Estado e partidos políticos mas também com as ONGs e outras organizações ou formações que o façam (oficialmente ou não). Todos esses vermes tiram proveito da situação dos imigrantes, quer seja para o lucro, para proteger os seus interesses, conquistar o poder político ou para construir um perfil social.

O controle da imigração é uma ferramenta nas mãos de quem está no poder. Neste momento, o Estado grego usa a situação dos imigrantes retidos aqui para colocar pressão nas negociações por melhores condições que permitam a implementação do terceiro memorando. Simultaneamente, os Estados Europeus regulam os fluxos migratórios de acordo com a sua necessidade de força de trabalho barata e o resto dxs imigrantes são assassinadxs (nas fronteiras terrestres e marítimas e nas ruas de cidades europeias), encarceradxs ou deportadxs. A União Europeia reavalia e negocia as suas políticas repressivas nas fronteiras e lida com os Estados no interior e exterior das fronteiras europeias para se prosseguir e intensificar a guerra contra a migração através dos meios mais eficazes. Os que estão no poder desejam assegurar os seus bens e privilégios a partir daquelxs que estão a ser exploradxs pelo sistema capitalista e a sofrer as suas guerras. As corporações privadas e públicas tentam tirar o máximo de lucro possível desta situação. As ONGs representam os interesses dos seus empregadores, principalmente do Estado e são bem pagas pelo seu trabalho.

Por causa dos direitos de propriedade, as pessoas estão a dormir nas ruas, enquanto milhares de casas permanecem vazias. Há bens suficientes para todxs. Só temos de tomar o que precisamos para nós mesmxs.

Declaramos a nossa solidariedade e apoio a todas as formas de ação que atacam as fronteiras, nações, prisões, a infra-estrutura crítica que reproduz o existente e a todos aqueles que, direta ou indiretamente, defendem o status quo!

Não ao racismo
Não ao sexismo
Não à homofobia
Não à descriminação
Não à exploração
Não à opressão
Não à hierarquia
Não à autoridade
Não ao patriotismo

NÃO são bem vindos:
Jornalistas/media
Políticos
Bófia
Todas as organizações que cooperam com o Estado

Congratulamos-nos com pessoas dispostas a auto-organizar-se, independentemente se têm documentos ou não, se têm estatuto de refugiado ou não. A prioridade em habitação é dada aquelxs que não têm possibilidade de ficar noutro lugar.

Atenas: Nova Okupa no 58 da rua Themistokleous, em Exarchia

Na noite de domingo, 10 de Janeiro de 2016, ocupámos o prédio vazio na rua Themistokleous nº 58, em Exarchia, Atenas. A intenção é abrir um lugar onde xs imigrantes – bloqueadxs aqui na Grécia, devido às políticas europeias de imigração- possam viver e se auto-organizar, livres do controle do Estado. Somos um grupo de indivíduos de diferentes lugares e contextos, conectado através da luta contra o Estado, nações, fronteiras, campos de concentração para imigrantes, prisões, capitalismo; eventualmente contra todas as partes deste sistema podre de dominação que nos oprime. Estamos abertos a qualquer um/a que concorde com os nossos princípios básicos e que, sem qualquer agenda política oculta, queira participar no projeto.

Esta Okupa não se destina a ser um serviço público. Não somos “voluntários” e não vemos os imigrantes como vítimas. Um dos desafios deste projecto será o de superar, na prática, a separação que nos foi imposta por fronteiras e cidadania. Esta casa almeja tornar-se num lugar onde as pessoas se organizem e que mutuamente aprendam umas com as outras, independentemente das suas origens.

Este é um ato contra o sistema e as políticas de imigração. Não é nossa intenção dar assistência à ajuda humanitária concedida pelo Estado. A ajuda humanitária não-crítica, integrada e / ou assimilada, está na verdade a ajudar o Estado a se concentrar nas medidas repressivas, de modo a perseguir e controlar as migrações. Recusamos-nos fortemente a cooperar não só com o Estado e partidos políticos mas também com as ONGs e outras organizações ou formações que o façam (oficialmente ou não). Todos esses vermes tiram proveito da situação dos imigrantes, quer seja para o lucro, para proteger os seus interesses, conquistar o poder político ou para construir um perfil social.

O controle da imigração é uma ferramenta nas mãos de quem está no poder. Neste momento, o Estado grego usa a situação dos imigrantes retidos aqui para colocar pressão nas negociações por melhores condições que permitam a implementação do terceiro memorando. Simultaneamente, os Estados Europeus regulam os fluxos migratórios de acordo com a sua necessidade de força de trabalho barata e o resto dxs imigrantes são assassinadxs (nas fronteiras terrestres e marítimas e nas ruas de cidades europeias), encarceradxs ou deportadxs. A União Europeia reavalia e negocia as suas políticas repressivas nas fronteiras e lida com os Estados no interior e exterior das fronteiras europeias para se prosseguir e intensificar a guerra contra a migração através dos meios mais eficazes. Os que estão no poder desejam assegurar os seus bens e privilégios a partir daquelxs que estão a ser exploradxs pelo sistema capitalista e a sofrer as suas guerras. As corporações privadas e públicas tentam tirar o máximo de lucro possível desta situação. As ONGs representam os interesses dos seus empregadores, principalmente do Estado e são bem pagas pelo seu trabalho.

Por causa dos direitos de propriedade, as pessoas estão a dormir nas ruas, enquanto milhares de casas permanecem vazias. Há bens suficientes para todxs. Só temos de tomar o que precisamos para nós mesmxs.

Declaramos a nossa solidariedade e apoio a todas as formas de ação que atacam as fronteiras, nações, prisões, a infra-estrutura crítica que reproduz o existente e a todos aqueles que, direta ou indiretamente, defendem o status quo!

Não ao racismo
Não ao sexismo
Não à homofobia
Não à descriminação
Não à exploração
Não à opressão
Não à hierarquia
Não à autoridade
Não ao patriotismo

NÃO são bem vindos:
Jornalistas/media
Políticos
Bófia
Todas as organizações que cooperam com o Estado

Congratulamos-nos com pessoas dispostas a auto-organizar-se, independentemente se têm documentos ou não, se têm estatuto de refugiado ou não. A prioridade em habitação é dada aquelxs que não têm possibilidade de ficar noutro lugar.

Em grego l inglês l alemão

1ª atualização  Apelamos às pessoas em solidariedade para apoiar a okupação, no exterior do edifício. Em breve vamos anunciar a data e hora da assembleia administrativa do projecto.

2ª atualização  Por volta das 22:00 do dia 10 de Janeiro de 2016, algumas horas depois de ocuparmos o prédio vazio na rua Themistokleous 58, em Exarchia, um tipo apareceu no exterior das instalações afirmando representar a  ‘ANASKEVI M EPE ” dizendo que o edifício pertence a esta empresa do setor imobiliário. O que ele praticamente disse é que, se nós não sairmos do edifício até amanhã, vai chamar a polícia. Deixámos claro que não reconhecemos a propriedade privada e que não temos nenhuma intenção de deixar a Okupa. Fazemos um apelo para a continuidade da presença de pessoas em solidariedade, dentro e fora do edifício, para se defender o projeto por todos os meios disponíveis.

Okupa Themistokleous 58

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[Bolívia] Livro “Treino físico em condições de isolamento” – Por um Dezembro Negro

Retirado de Contra Info:

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No âmbito da chamada internacional por um Dezembro Negro sai o livro “Treino físico em condições de isolamento”, um material a pensar nxs companheirxs presxs ou perseguidxs da guerra social; trata-se de um texto com rotinas de exercícios e programas de treino físico, um aspecto tão útil como necessário na luta contra a autoridade.

Os centros sociais, espaços, editoras ou individualidades que desejem adquirir o livro em formato imprimível podem escrever a irakunditxs14@riseup.net

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[Uruguai, Montevideu] Ataque a concessionária da Porsche

Retirado de ContraInfo

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Na madrugada de hoje, 31 de Dezembro,  atacamos com dois cocktails molotov uma automotora da Porsche. Perante a voluptuosidade e frivolidade do capitalismo decidimos responder com fogo. Aderimos com esta ação à chamada internacional por um Dezembro Negro.

Que o fogo continue …

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