Fruto

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Fruto de Camellia sinensis.

Em termos botânicos, o fruto é uma estrutura presente em todas as angiospermas onde as sementes são protegidas enquanto amadurecem. De forma prática, os frutos são quaisquer estruturas das Angiospermas que contêm sementes.

Origem[editar | editar código-fonte]

Macieira florida.
Frutos capsulares de Ravenalla madagascariensis, com sementes azuis.
Uma manga partida ao meio
Um morango partido ao meio
Ananas nanus ou abacaxi-anão. (pseudofruto)
Fruto composto de fruta-do-conde Annona squamosa.
Frutos do tipo legume de Leucaena leucocephala.

Os frutos derivam do ovário das flores. Após a fecundação dos óvulos em seu interior, o ovário inicia um crescimento, acompanhado de uma modificação de seus tecidos provocada pela influência de hormônios vegetais, que interferem na estrutura, consistência, cores e sabores, dando origem ao fruto. Os frutos mantêm-se fechados sobre as sementes até, pelo menos, o momento da maturação. Quando as sementes estão prontas para germinar, os frutos amadurecem, e podem se abrir, liberando as sementes ao solo, ou tornam-se aptos a serem ingeridos por animais, que depositarão as sementes após estas passarem por seu aparelho digestivo.

Segundo registros fósseis, os primeiros frutos não passavam de folhas carpelares, como as encontradas em Gimnospermas, porém fechadas sobre as sementes, formando folículos. Os frutos mais simples nas espécies atuais possuem estrutura similar, foliculares, mas os mais comuns são frutos formados pela combinação de vários carpelos unidos entre si.

Função[editar | editar código-fonte]

A função primordial dos frutos é a proteção da semente em desenvolvimento, e é a principal razão atribuída pelos estudiosos ao fechamento dos carpelos nas primeiras Angiospermas. Ao longo de sua evolução, as plantas com flores e frutos desenvolveram novos tipos de frutos, e novas estratégias para a dispersão das sementes contidas neles, de forma que nas espécies atuais há uma variedade imensa de cores, formas, estruturas acessórias e sabores, cada qual especializada em uma forma diferente de dispersão de sementes.

Há frutos que secam e abrem-se na maturação, simplesmente liberando as sementes sobre o solo. Outros, ao se abrir, expelem as sementes de forma explosiva, arremessando-as a grandes distâncias. Os frutos carnosos normalmente dependem de animais, que carregam os frutos para outros lugares, ou os ingerem, e carregam suas sementes no trato digestivo para serem liberadas longe do local de origem. Certos frutos armados de espinhos agarram-se à pelagem de mamíferos ou penugem de aves, e assim percorrem grandes distâncias. Há ainda frutos providos de alas e pelos, que permitem que flutuem por alguns momentos.

Estrutura básica dos frutos[editar | editar código-fonte]

Os frutos dividem-se basicamente em três camadas:

  • Epicarpo ou exocarpo: camada externa, normalmente uma camada membranácea e fibrosa; pode ser lisa, rugosa, pilosa ou espinhosa, e é popularmente conhecida como casca, camada mais externa do fruto, se origina da epiderme do carpelo.
  • Mesocarpo: camada imediatamente abaixo do epicarpo, suculenta,que pode ou não armazenar substâncias de reserva. Provém do mesofilo carpelar.
  • Endocarpo: camada mais interna, normalmente a camada mais rígida que envolve as sementes. Origina-se da epiderme interna da folha carpelar. Em certos tipos de frutos, o endocarpo apresenta-se espessado e muito resistente.

Há muitas variações na aparência e na consistência destas camadas. Em frutos capsulares, secos, é comum o mesocarpo ou o epicarpo estarem suprimidos, enquanto a camada restante assume consistência lenhosa. Já em alguns frutos, como ameixas e pêssegos, o mesocarpo é grande e suculento, enquanto o "caroço" corresponde ao endocarpo lenhoso envolvendo a semente, ou amêndoa. Nas melancias, o mesocarpo e uma camada espessa e resistente, e o endocarpo corresponde à polpa vermelha em seu interior. Enfim, todos os frutos partem do mesmo plano básico de três camadas, cada um derivando-se de uma maneira ou de outra em direção a características próprias.

Classificação[editar | editar código-fonte]

Os tipos de frutos são vários, e podem ser classificados de diversas maneiras, seguindo diferentes critérios.

  • Quanto à composição:
  • Frutos simples: quando os carpelos são unidos entre si, ao menos nos primeiros estágios de desenvolvimento. Ex.: a maior parte dos frutos conhecidos apresentam-se desta forma, como limões, pêras, maracujás, mamões, pepinos e goiabas.
  • Frutos compostos: os carpelos são separados desde a flor, e desenvolvem-se separadamente. Ex.: morango, magnólia.

Existem infrutescências, como o abacaxi, consideradas pelos leigos como um único fruto, ou um fruto composto. Na verdade, cada "gomo" do abacaxi corresponde a um fruto, originado de um ovário de uma flor. Estas flores são agrupadas de forma compressa em um eixo, de forma que seus ovários aderem-se uns aos outros, formando uma estrutura compacta.

  • Quanto à abertura:
  • Frutos deiscentes: frutos que abrem-se na maturação, normalmente secos. Ex.: castanha e a maior parte das leguminosas.
  • Frutos indeiscentes: frutos que não se abrem espontaneamente. Podem ser secos, lenhosos, ou carnosos. Ex.: laranjas, melões.
  • Quanto ao tipo:
  • Fruto carnoso (apresenta pericarpo suculento):

Os tipos são muito variáveis, e há várias sub-categorias para cada um deles, que são pormenorizadas em artigos próprios.

Confusão conceitual: "Frutos", "Frutas" e "Legumes"[editar | editar código-fonte]

Fruta não é uma termologia botânica como muitos pensam. Fruta é o nome vulgar dado aos frutos e pseudofrutos comestíveis de sabor adocicado. Em contraponto, muitos entendem que os frutos não tem aspecto adocicado, o que não é verdade. Toda fruta é um fruto ou um pseudofruto.

Em razão do leve gosto adocicado do tomate, não é incomum que muitas pessoas o enquadrem como fruta, o que não está necessariamente errado. Vulgarmente este fruto é chamado de legume, mas como veremos mais a frente, botanicamente, não o é.

Em termos botânicos, legume, como visto anteriormente, é um tipo de fruto característico da família Fabaceae (leguminosas) e, inclusive, compreende frutos adocicados como o ingá. No Brasil, este termo também é vulgarmente usado para nomear frutos não adocicados, como grande parte dos legumes (no sentido botânico), além de raízes e caules subterrâneos comestíveis. Estes, geralmente, são consumidos após cozimento. Neste sentido amplo, parece coerente entender legume como quaisquer hortaliças que não incluem as verduras, embora, pelo que conste, alguns lugares do nordeste, usa-se este termo como sinônimo de cereal, que são sementes comestíveis (grãos) provenientes de gramíneas, como milho.

Pseudofrutos[editar | editar código-fonte]

Originam-se do ovário e de outra parte da flor, assim não são frutos "verdadeiros". São classificados em simples, múltiplos e compostos/infrutescências:

  • Pseudofruto simples: Deriva de uma flor com um ovário no qual uma outra parte da flor se desenvolve. Na maçã e na pera desenvolve-se o receptáculo floral. No caju desenvolvem-se o pedúnculo e o receptáculo floral.
  • Pseudofruto múltiplo: Deriva de uma flor com muitos ovários. Cada ovário desenvolve-se em um fruto, como no morango.
  • Pseudofruto composto ou Infrutescência: Deriva do desenvolvimento de uma inflorescência, como o abacaxi, figo, jaca, etc.

Referências[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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