Presos palestinos libertados por Israel chegaram na madrugada desta quarta-feira (noite de terça, 13, no horário de Brasília) à Cisjordânia e à Faixa de Gaza, informou a agência de notícias France Presse. Um primeiro grupo, de 11 detentos, saiu da prisão israelense de Ofer, junto à passagem de fronteira de Beitunia, para chegar à Cisjordânia em um comboio de quatro veículos da Autoridade Palestina, escoltado pela polícia. Centenas de pessoas reunidas na passagem de Beitunia comemoraram a chegada do grupo no território palestino. 'É o dia mais importante de nossas vidas. Estamos muito felizes', disse Mahmud Salah, 52 anos, que esperava em Beitunia para ver seu irmão Moqdad, que passou 21 anos em uma prisão de Israel, onde cumpria perpétua. 'Mesmo após o anúncio dos nomes, realmente não acreditávamos que voltaríamos a vê-los novamente', disse Salah. Um segundo grupo, de 15 presos, chegou à Gaza pela passagem de fronteira de Erez, onde foi recebido por mais de 2 mil pessoas, que montaram uma barraca de boas-vindas. Os 26 são os primeiros de um total de 104 detentos que serão libertados como parte do acordo promovido pelos Estados Unidos para que Israel e os palestinos voltem à mesa de negociações. Negociações de paz Em vista ao Brasil, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou nesta terça-feira (13) que os Estados Unidos "preferiam" que Israel não construísse novos assentamentos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental. No domingo, o governo israelense anunciou a construção de 1.187 alojamentos nessas áreas, reivindicadas pelos palestinos. Kerry destacou que "é preciso entender a realidade de Israel" e disse acreditar que as negociações de paz nas regiões não serão prejudicadas. "Conversei por telefone hoje com Netanyahu [primeiro-ministro de Israel] e ele foi muito franco e direto comigo e com Abbas [presidente da Autoridade Nacional Palestina]. Ele disse que iam continuar construções já anunciadas, mas que não impactariam no processo de paz. Preferíamos que eles não fizessem, mas há certas realidades que devem ser compreendidas", disse. Kerry deu as declarações ao após reunião o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, no Itamaraty. O chanceler brasileiro disse que o Brasil condena os assentamentos de Israel. "Nós apoiamos os esforços do secretário norte-americano nas negociações, mas condenamos os assentamentos israelenses, que são uma contravenção das resoluções do Conselho de Segurança e são uma violação do direito internacional", disse. Para o ministro brasileiro, "esse tipo de fato consumado nao contribui para criar ambiente de resolução de conflitos". As negociações de paz entre palestinos e Israel estavam paralisadas há três anos. Nos últimos meses, os Estados Unidos iniciou uma intermediação para conversações preliminares. No entanto, Israel aprovou um plano para construir mais de mil novas casas para colonos na Cisjordânia ocupada e Jerusalém Oriental, o que pode dificultar os diálogos de Paz, já que os palestinos reivindicam esses territórios. Nesta terça, um conselheiro municipal (vereador) da capital de Israel informou à agência France Presse que a prefeitura aprovou a construção de 942 casas em Jerusalém Oriental, na véspera da retomada das negociações entre israelenses e palestinos. Segundo a ONG "Paz Agora", contrária à colonização, a decisão de prefeitura inclui também a possibilidade de construir outras 300 residências em uma fase posterior. Mais de 200 mil israelenses vivem em bairros de Jerusalém Oriental, anexado por Israel.

• published: 14 Aug 2013
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