Da greve geral de 22 de março não se esperava muita coisa. Sem o apoio duma das centrais sindicais, numa sociedade afogada em dívidas onde a precarização impede grandes aventuras de luta laboral e sem um trabalho de mobilização decente, a surpresa seria uma jornada de luta inolvidável e assertiva. E, de facto, pouco passou de um exercício de legitimação da CGTP, (...) sem que tenha sequer havido a usual guerra de números entre governo e sindicalistas, tão ridículas foram as cifras da adesão.

Participantes no acampamento Actua invadiram hoje as obras da barragem da EDP, em protesto contra a destruição do Rio Tua. Atravessando o rio no local onde este está a ser destruído, quatro jovens entraram na zona da construção, exibindo uma faixa com a mensagem “NEM MAIS UMA BARRAG€M – ACTUA!”. Mais de 70 pessoas já passaram pelo acampamento contra a barragem da EDP.

Há vinte anos que a luta no Vale do Susa tem sido um exemplo e uma inspiração, ao impedir a construção da linha de comboio TGV, um projecto megalómano que promove a destruição do vale em beneficio de grandes empresas ligadas à máfia italiana. O terrorismo de estado não travou mais uma vez o NO TAV e a solidariedade alastra por todo o lado.

Assinalando o Dia Internacional de Acção pelos Rios (14 de Março), o ACTUA, acampamento em defesa do Vale do Tua, realiza-se de 10 a 18 de Março, perto do local onde decorre, numa fase crítica, a construção da barragem de Foz-Tua. Organizado por uma constelação de voluntários, o acampamento pretende ajudar a travar uma das maiores atrocidades cometidas num dos mais belos rios de Portugal.