Santo Padre

Como viver sem Vós? Pois só Vós sois capaz de conhecer os foros mais íntimos de minha alma que são desconhecidos e incompreendidos pelos que me circundam. Só Vós conheceis a minha fé que não deve ser levada a nada menos que ao sangue derramado se necessário for, a renunciar as mais belas criaturas por amor a Vós, divino Amor. Não posso, Cristo, aceitar as condições da falaciosa doutrina liberal, as quais não consigo me conformar sem antes renunciar a mim mesmo, e, portanto, Vos renunciar em nome da consciência individual e dos princípios criados por vãs filosofias, tortuosas concepções e pela separação da natureza do Criador, ou ainda, de uma humanidade que já não mais Vos conhece e a qual, pela graça, não aprendi me conformar; num mundo onde o homem moderno não mais se dobra, e onde eu, pobre, não estou preparado para ser homem segundo o direito sem Deus. Creio porque creio, e sempre hei de crer, porque só Vós sabeis que é Vossa Face que eu procuro. (O Atanasiano)

Pater, si non potest hic calix transire nisi bibam illum, fiat voluntas Tua. (St. Mat. XXVI, 42)




Que a todos quantos lerem saibam que agradeço de toda alma e de todo coração ao socorro temporal e espiritual que me foi concedido pela Mãos Dulcíssimas da Mediadora e Dispensadora de todas as graças, a Santíssima Virgem. Muito obrigado Mãe por não ter olhado para meus pecados e ter cumprido Vossa promessa de que ninguém Vos invocará em vão. Obrigado pela graça que a Senhora, junto de Deus, conseguiu que me fosse dispensada, graça esta que nunca mereci e nunca merecerei, mas que todavia por Vossos méritos insondáveis, pude obter. Que eu Vos ame ainda mais, Vós que sois desprezada e ultrajada por aqueles que recusam Vossa doçura Materna e negam o lugar que Vos é devido em suas vidas. Que todas as bocas digam: - Bendita sóis Vós Rainha Puríssima.

Obrigado Santa Mãe de Deus, Rainha dos Céus e da terra; obrigado Senhora de todos os Santos e todos os Anjos; obrigado Mãe das almas necessitadas, Advogada nossa, Corredentora, Perfeitíssima criatura, Rosa Mística.

Agradeço também de todo coração ao Glorioso Patriarca São José. Deus por Providência o escolheu como Alívio dos miseráveis e Esperança dos doentes, por isso, nosso zelador e guia das almas. Obrigado por junto de Maria Rainha, obter para mim bem temporal e espiritual necessabilíssimo.
E se por zelo não mencionarei a graça alcançada, afirmo que jamais a conseguiria por minhas forças, de tão grande que era a necessidade. Mas digo para todos que quiserem saber: Por Santa Maria Mãe de Deus e por São José Patriarca é que Deus me ouviu. Obrigado Deus que criou José e Maria para que mais facilmente se possa chegar ao Cristo na Cruz!

Deus, qui ineffabili providentia beatum Joseph sanctissimae Genitricis tuae sponsum eligere dignatus es: praesta, quaesumus; ut, quem protectorem veneramur in terris, intercessorem haberer mereamur em caelis. Amen.



A Compenetração na Liturgia da Santa Missa é essencial para a Santificação.

quarta-feira, 30 de março de 2011 |

É pela Missa e pelos sacramentos, que constituem a própria essência da Liturgia, que a Santa Igreja nos santifica. Fá-lo ainda unindo-nos à sua oração e iniciando-nos no espírito e na prática da vida cristã mais autêntica. A primeira parte da Missa é uma verdadeira catequese em que, constantemente lembrados no decurso do ano, as verdades do dogma e os preceitos da moral católica são postos em verdadeira e perfeita ligação com a celebração dos mistérios de Cristo e com as festas dos santos. A compenetração deste ensinamento assíduo, da vida sacramental e de uma vida de oração, torna a Liturgia fonte indispensável para a vida cristã. (Fonte: Missal Quotidiano da Abadia de Sancte Andreae)


Liturgia é a Oração que o Espírito Santo inspira a Igreja, e portanto, os fiéis se banham dela.

segunda-feira, 28 de março de 2011 |

"Recebestes o espírito de adoção de filhos e é nesse espírito que clamamos: Pater!" (Romanos 8, 15). O Espírito Santo derramando-Se, com efeito, pela Pessoa do Verbo, inundou de graça a Igreja e arrasta-nos na vaga do amor até aos pés do Pai - pela Liturgia.


Somos nós próprios os filhos do Pai. Este grito, que no fundo de nossas almas sobe sem cessar para Deus, é, sem dúvida, a oração que o Espírito Santo inspira de fora privada em nossos corações e que nos leva a recorrer a Deus como filhos, mas é, acima de tudo, a prece oficial e de fomra pública que Espírito Santo inspira a Igreja e se chama Liturgia que é a mais excelente forma rezar. Esta oração permite que todos os membros do Corpo Místico de Cristo participem autenticamente do culto de adoração infinita que Jesus tributa ao Pai continuamente. (Missal Cotidiano da Abadia de Sancte Andreae. Prefácio da edição típica)



O Espírito Santo inspira o povo para que participe frutuosamente da liturgia acompanhando a reverência do momento, jamais de distrair ou inserir elementos estranhos ao rito da Missa. Deus quer Ser honrado pela liturgia tal como ela foi inspirada desde o São Pedro Apóstolo e da forma como ela chegou até hoje. Há que se saber que tudo que não está previsto no Missal não é parte da Missa, porque Ela é completa por graça da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.



Viver a Liturgia - A Forma Beneditina.

sábado, 26 de março de 2011 |

É por Cristo que temos acesso ao Pai, e a mediação de Cristo está no âmago de toda a vida cristã. É pelo ato da Santa Missa, no ato sacrifical da Sua imolação na Cruz ,que Jesus nos alcança o acesso ao Pai Eterno, porque depois da Ressurreição e Ascenção ao Céu, a Sua atividade sacerdotal continua na Missa.

A Missa é a interveção medianeira de Cristo junto a Deus para que a Redenção continuasse a operar na terra, porque Aquele que foi Vítima e Sacerdote na Cruz continua a Ser Vítima e Sacerdote na Missa. A Liturgia é, portanto, a forma exata que Cristo escolheu para render glória ao Pai que quis nos redimir e abrir as portas da salvação. (adaptado de: Missal Quatidiano dos Monges de Sanctae Andreas)

* * *

Fiquem com o belo exemplo da liturgia - uso - beneditino, para que se veja o quão necessário é honrar Deus através da forma que Ele Revelou por Seu Filhos aos Santos Apóstolos.










Deus, por que o Senhor nos faz sofrer?

terça-feira, 22 de março de 2011 |

Antes que nos julguem, não nos opomos a qualquer tecnologia que vise salvar vidas, porque tudo isso é bom, e nem admiramos o sofrimento do povo japonês. Apenas dizemos que: - toda nossa proteção está no Nome do Senhor, que fez o céu e a terra.


Omnípotens sempitérne Deus…

“Ó Deus eterno e onipotente, que olhais a terra e a fazeis estremecer, perdoai aos que Vos temem e sede indulgente com os que Vos imploram, a fim de que, depois de vermos com terror a vossa ira abalar os fundamentos da terra, sintamos a vossa misericórdia reparar os estragos produzidos. Per Dóminum Nostrum Jesum Christum…” (Colecta da Missa votiva em ocasião de terremoto – Missal Romano ed. típica de 1962).

Quem é o homem diante de Deus? A quem pertence o próximo minuto de suas vidas? O que pode ajuntar a humanidade em torno de si que acrescentará um só côvado nos seus dias? Para que “deus” se irá invocar a proteção ou quanta riqueza se poderá acumular que comprará sua saúde, sua vida, sendo que o teu próximo minuto de vida não te pertence? O amanhã não se sabe se haverá para nós. O mais rico dos homens não pode dizer: - nesta manhã tenho certeza que viverei durante a tarde.

As três perguntas clássicas da filosofia: quem sou? De onde vim? Para onde irei? A pergunta clássica da alma que sofre: por que Deus permite o sofrimento, sendo Ele Bom? Para nossa conversão, para que saibamos que somos total e absolutamente dependentes d’Ele e que nada que façamos, nada que pensemos, nada que construirmos, poderá impor barreiras à lei natural e divina. A tragédia no Japão vem de encontro ao ocidente e ao oriente; o primeiro materialista, arrogante, mergulhado no capital, na concorrência desumana, na busca da prosperidade; no culto ao corpo, no hedonismo; o segundo ateu, pagão e apóstata e obstinado em imitar o ocidente e sua busca pelo capital: um oriente que se ocidentaliza.

Deus permite a dor para tornar carne um coração de pedra, para retirar as traves dos olhos: - Eu Sou o Senhor, nada existiria sem Mim e se alguém está vivo é porque permito este seu minuto de vida. Voltemos no tempo, ao tempo de Jó e de suas dores; ele esmagado por Deus questiona seu sofrimento, e especialmente nos capítulos 38, 39 e 40 vemos a resposta do Senhor que fez o céu, a terra e que permite que respiremos enquanto lemos e escrevemos, trabalhos e descansamos, sem sabermos se este será nosso último suspiro na terra: - Onde estavas, Jó, quando lancei os fundamentos da terra? Fala, se estás informado disso. O discurso divino se prolonga por várias linhas e Jó se resigna e aceita suas dores.

Onde estavas, Japão, quando lancei os fundamentos da terra? Quando criei as placas tectônicas com minha providência para governar pela lei natural o movimento da terra? Quando as fiz para separar os continentes uns dos outros e formar meus povos e nações? Quem tu eras quando pus limites ao mar para que ordinariamente no nordeste de teu país ele ficasse contido pela terra? Quem fechou as portas do mar para que ele não invadisse o solo que habitais? Algum dia indicaste à aurora o seu lugar dizendo que haveria uma amanhã para muitos de teus cidadãos? Tu foste, Japão até ás fontes do mar como Eu fui e criei, conheces as profundezas do abismo da terra onde ergui os alicerces? Quem és tu Japão, quem sois vós japoneses e povos do mundo para saber quando irão aparecer, porventura e por Meu designo, as portas da morte? Falem-me se sabem de tudo isso!

Eu fixei o tempo da gravidez das mulheres, da leoa, da corsa. Não é a leoa que alimenta seus filhotes, Sou Eu que caço a presa para que seus filhotes se alimentem, porque quando eles gritam de fome, não gritam para a leoa que os gerou, mas para Mim que permito que ela faça sua caçada quando os leõezinhos andam de um lado para o outro sem comida. Sou Eu que alimento os pássaros, que coloquei a neve no alto das montanhas e fiz dela a morada das cabras maltesas. Quem eras tu Jó, Japão e humanidade inteira quando Eu determinei quem viverá ou morrerá, quando a terra irá tremer, que permite quem comerá ou terá fome.

Jó se resigna, toma sobre si suas dores. Assim faça a humanidade inteira: nada somos sem Deus, porque Ele pode fazer ruir por um só ato de vontade todas as colunas da sociedade que hoje renunciou o domínio social de Vosso Filho Cristo Rei e daquelas que obstinadamente recusam recebê-Lo. Por fim, Deus diz ao sofredor Jó: abaixa teu orgulho e não reduza minha justiça. Sim, a justiça divina é para conter nosso orgulho, porque nem toda engenharia, nem todo dinheiro, nenhuma prosperidade será capaz de abrandar o peso do braço de Deus. Fazer tudo o possível para salvar vidas é bom, amar a Deus é supremo.

Por que o Senhor permite a dor? Para que digam que Eu Sou o Senhor Vosso Deus, que determinei que houvesse mais uma dia de vida na sua história e que a qualquer momento o chamarei para prestar contas dos talentos que entreguei para todos os homens e mulheres.



O Cardeal Siri e Padre Pio, as confidências do Cardeal sobre o Frade do Gargano.

quinta-feira, 17 de março de 2011 |

Para quem conheça a história de Padre Pio e do Cardeal Siri as pessoas citadas nesta confidência são bem familiares. Para quem não conhece a leitura pode parecer um pouco truncada, todavia, nunca é tarde para se recorrer à boas biografias não romantizadas do Frade de Pietrelcina. Os destaques são nossos..

por Benny Lai 
Fonte: Associazione Lucci sull'Est

Foi nos meses sucessivos à morte de João XXIII que o Cardeal Siri me falou pela primeira vez de Padre Pio. Aconteceu no decorrer de um daqueles colóquios que se davam em uma saleta do apartamento privado do cardeal, como toda qual vez que eu ia a Gênova, domingo pela manhã, para voltar a Roma na mesma noite. Duas noites no trem e um dia a Gênova, que sendo festiva me consentia de passar quase que inobservado no palácio do arcebispo, onde todos os gabinetes eram fechados. Uma precaução ditada pela discrição, útil a ambos: ao cardeal, que não precisava sopesar os pensamentos e contar as palavras, por temor de vir a ser citado, e a mim, por não ser profissionalmente assimilado por um determinado ambiente prelatício.

O que deu a deixa para as confidências do cardeal sobre o frade do Gargano não foi o desaparecimento de Roncalli e a já acontecida sucessão de Paolo VI, mas o que havia acontecido na Ação Católica, onde o assistente eclesiástico Monsenhor Carlo Maccari se tornou – “promoveatur ut admoveatur” [nota: promover para remover] - bispo de Mondovì. E, visto que Monsenhor Maccari devia o seu alto cargo na Ação Católica também à inspeção que ele promoveu alguns anos antes, no verão-outono de 1960, a São Giovanni Rotondo, era inevitável que se falasse desta atividade que ele desenvolveu, de uma “visita apostólica” que havia ocasionado largo eco e contrastantes interpretações.

“Olhe - disse o Cardeal Siri - quando soube que o Santo Ofício havia mandado um visitador apostólico ao convento de São Giovanni Rotondo fiquei estupefato. Primeiro pela pessoa escolhida, que me parecia pouco aparelhada do ponto de vista cultural para conduzir uma investigação relativa a um personagem como padre Pio, já alvo de outras investigações e cercado pela devoção popular. Naquela época, eu conhecia pouco o enviado do Santo Ofício para o assunto do Gargano, o qual até então tinha se ocupado quase exclusivamente do Vicariato de Roma, eu ignorava sobretudo se tivesse ou não a graça e a sabedoria necessárias para uma tarefa que devia ser conduzida com a máxima discrição. E o que aconteceu depois, como falaram da história os jornais de direita, de centro e de esquerda, as tomadas de posições que se criaram pro e contra padre Pio, me deram razão. Eu o disse até ao Papa João”.

O cardeal nunca conheceu pessoalmente padre Pio, nem tampouco foi alguma vez ao convento de Santa Maria das Graças enquanto vivo o frade. “Uma vez encontrando-me em Bari - contou em outra ocasião o cardeal – pensei em chegar até àquela crista do Carso que é o Gargano onde se trovava o padre. Eu teria gostado de permanecer junto dele, mas entendi que não poderia fazê-lo sem que me notassem e isso poderia causar algum dano. A minha presença, a presença de um cardeal, teria suscitado sensação ou, pelo menos, teria dado lugar a quem sabe quais suposições. E é de se excluir que eu poderia ter ido incógnito. Sabe o que aconteceu a outro cardeal que, sem avisá-lo com antecedência e sem ter consigo qualquer insígnia de sua dignidade, bateu à porta do convento de San Giovanni Rotondo? Muito antes da chegada do hospede, padre Pio [notem que Pe. Pio não sabia da visita] chamara o padre guardião para informá-lo que estava para chegar um cardeal, viria vestido como um simples padre, e era necessário acolhê-lo com as devidas honras. E o cardeal, o qual acreditava estar sendo tratado como um comum eclesiástico, foi acolhido com grandes honras. De padre Pio não se podia esconder nada”[o Cardeal Siri comenta isso em razão de que Pe. Pio via o futuro].

Mesmo de longe, Siri havia sempre seguido os acontecimentos do capuchinho. Era ainda seminarista quando se espalhou a notícia dos estigmas do frade e, em seguida, da recusa que ele opôs a padre Agostino Gemelli de lhe examinar as chagas sem a autorização dos superiores. Uma recusa ditada em parte por já haver aceitado por obediência de submeter-se às visitas médicas e, em parte, pelo seu temperamento relutante, que havia suscitado a hostilidade de Gemelli, o qual então não fez mistério de não atribuir às feridas algo de sobrenatural. Diagnóstico que, dada a fama desfrutada por Gemelli, contribuirá depois da eleição de Pio XI para mal predispor o Santo Ofício, seja quanto aos estigmas considerados em nada um evento transcendental, seja quanto aos pretensos milagres de padre Pio.

Siri, que havia conhecido padre Gemelli quando, para seguir os cursos universitários da Gregoriana, havia se transferido de Gênova ao Seminário Lombardo de Roma, não partilhava da mesma opinião. Dirá sobre padre Gemelli: “Tive grande estima pelo fundador da Universidade Católica, que era um estudioso de grande prestígio e meu amigo, mas, infelizmente, naquela ocasião errou. Emitiu um veredito superficial, tanto é verdade que às suas afirmações, segundo as quais todos os estigmas, à exceção daqueles de São Francisco de Assis e de Catarina de Sena, deveriam ser considerados fruto da histeria, do auto-lesionismo, a própria “Civilização Católica” declarou de não estar de acordo”. Todavia a declaração do Santo Ofício, à qual seguiram outros decretos, levou a um tipo de segregação de padre Pio. Um isolamento que durou até 1933, quando Pio XI reintegrou o capuchinho em seus direitos, permitindo a seus fieis de visitá-lo e de escrever-lhe sem temer os rigores do dicastério vaticano.

Foi isso que induziu Siri a intervir junto a João XXIII, depois da inquisição de Monsenhor Maccari. “Acontecia com frequência - dirá o cardeal - que me encontrava em audiência com o Papa por causa dos meus compromissos de presidente da CEI e das Semanas Sociais e toda vez acabávamos por falar de padre Pio. João XXIII, um homem bom, verdadeiro santo, estava preocupado. Chegavam até o Vaticano graves acusações sobre padre Pio. Às vezes eram os próprios defensores mais ferrenhos do capuchinho que com zelo deles e a pressa deles contribuíam a criar dificuldades. Muitos agiam de boa fé, pensando de fazer o bem, só que a pagar as consequências era sempre padre Pio. No fim, o Papa se convenceu de que o pobre frade era estranho às acusações que lhe faziam”.

Ainda antes de a Igreja se manifestar, o cardeal Siri era mais do que convencido dos dons místicos recebidos por padre Pio. “Os fatos são fatos - fazia notar - e não há dúvidas de que ele visse o futuro, lesse as mentes, se movesse em bi-locação. E depois as curas, a capacidade de converter um ateu com um olhar, uma palavra, uma benção. Não são prodígios estes?”.

Para provar tais afirmações, Siri contava o “singular entendimento” que se criou entre ele e padre Pio seja por meio dos genoveses, que, indo a San Giovanni Rotondo, entregavam ao arcebispo deles as saudações enviadas pelo frade, seja por um mais do que curioso episódio. “Tinha que tomar uma grave decisão sobre uma importante questão relativa à diocese de Gênova. E estava perplexo e angustiado porque as soluções possíveis eram duas, mas não sabia qual era a melhor. Acuado decidi por uma das duas. No dia seguinte recebi um telegrama de padre Pio no qual me confirmava que a decisão tomada era aquela justa e me exortava a continuar naquele caminho. Havia vivenciado minhas perplexidades sem ter falado com ninguém. Como fez padre Pio para saber disso?” Uma questão publicamente revelada pelo cardeal, na comemoração de 1972, quando do quarto ano da morte do frade, e, sucessivamente, na carta a Paolo VI com a qual postulava que se aviasse o procedimento para a beatificação e a canonização de padre Pio. A carta a Paolo VI é de 1975, ano em que foi até São Giovanni Rotondo para celebrar uma missa sobre a tumba do frade e escreveu no registro dos visitadores: “Com gratidão”.



Apresentamos a segunda parte de nossa tradução da entrevista do Cardeal Mauro Piacenza (foto) sobre o sacerdócio. Numa lúcida análise sobre os desafios e barreiras encontradas pelos sacerdotes e pelos fiéis, especialmente pelo horrível exemplo praticado por aqueles que foram ordenados ministros de Deus. Fonte Kath.net.

Com seu livro “El Sello – Cristo, Fuente de la Identidad del Sacerdote”, publicado em 2010, o senhor recorda a identidade do sacerdócio, declarando que qualquer discurso sobre uma nova evangelização, objetivo principal da Igreja, é em vão se não se baseia na renovação espiritual do sacerdote. Concretamente, como poderia configurar-se a renovação do sacerdócio? O que significa dizer que “o sacerdote é sinal de contradição na sociedade atual? De onde deve partir a Igreja e, em particular, como deveriam intervir os responsáveis pelos seminários?

Quem renova continuamente a Igreja e, nela, o sacerdócio, é o Espírito Santo! Fora de uma visão claramente pneumática e, por isso, sobrenatural, é impossível pensar em uma renovação. Considero que este é precisamente um dos principais caminhos para se recorrer: o da clara recuperação da dimensão vertical, espiritual do ministério. Nas décadas passadas, demasiados reducionismos, animados pela assim chamada “teologia da desmistificação”, tiveram como resultado a transformação do sacerdócio em um simples “super-ministério”, de animação e coordenação eclesial. O sacerdote é também aquele que anima a vida pastoral de uma comunidade, porém, exerce tal ministério em virtude de uma vocação sobrenatural e da conformação à Cristo, determinada pelo sacramento da Ordem. Antes de todo “serviço ministerial”, ele representa a Jesus o Bom Pastor no coração da Igreja e, concretamente na comunidade para a qual foi enviado.

Consequência disto é que a renovação deverá passar necessariamente pelo primado da oração, da relação íntima e prolongada com Cristo Ressuscitado, presente espiritualmente nas Sagradas Escrituras, realmente na Eucaristia, e com o qual o sacerdote está perenemente em relação ao serviço concreto de cada gesto ministerial. Primado da oração significa também primado da fé: a fé pura e sincera dos santos, capaz de desestruturar, precisamente por sua sensatez, todo o cálculo humano ou arrazoamento. Um sacerdote assim, em um contexto cultural fundado no eficientismo e no ativismo, se converte necessariamente em sinal de contradição; assim, a Sua imagem [com referência a Cristo], todo o sacerdote é chamado a sê-lo; precisamente em virtude da pertença a Cristo e à Igreja, e da “novidade perene” que a apostolica vivendi é para o mundo.

No atual contexto secularizado, são sinais de contradição os sacerdotes santos, fiéis, dedicados ao próprio ministério porque se dedicaram a Deus e são capazes, por isso, de conduzir as almas a um encontro autêntico com o Senhor. Só quem é todo de Deus pode ser todo das pessoas.

Em tudo isto deve, essencialmente, serem formadas as novas gerações de sacerdotes, evitando cuidadosamente cair na tentação de quem quiser “simplificar” o sacerdócio, pensando, de tal modo, fazê-lo mais aceitável aos jovens e aos homens de nosso tempo. Isto, pelo contrário, levaria à “deserfiticação” das vocações. O futuro do sacerdócio, que está garantido a nível sobrenatural pela fidelidade de Deus para com Sua Igreja, está também, no que nos concerne, na preocupação de sua natureza autêntica, que é – as Escrituras testemunham e a grande Tradição Eclesial e magisterial o confirma – de origem exclusivamente divina.

O Papa Bento XVI em seu livro-entrevista com Peter Seewald, "Luz do mundo", diz: "É concebível que o demônio não lograsse suportar o Ano Sacerdotal e então jogou a imundice. Ele queria mostrar ao mundo quanta sujeira está também entre os sacerdotes”. O senhor acha que é coincidência que precisamente durante o Ano Sacerdotal, em muitos países do mundo se instalou o escândalo de abuso sexual? O senhor acha que o diabo tenha realmente perdido ao final?

Você sabe bem que a casualidade não existe! Existe, no entanto, as coincidências e, mais à miúdo, as estratégias humanas, que se expõem às instrumentalizações do maligno.

Há que recordar, em primeiro lugar, que o demônio não venceu durante o Ano Sacerdotal, como afirmou o Santo Padre, “nos deixou de cara com a imundice”, senão bem mais quando alguns ministros de Deus, chamados pela vocação a anunciar o Evangelho e administrar os sacramentos, abusando de sua própria tarefa, feriram de modo mortal jovens vidas inocentes*. Nesta perversão absoluta está a verdadeira vitória do maligno, e o feito de que, tais terríveis e atrozes comportamentos, tenham emergido durante o Ano Sacerdotal, não diminuiu a verdade do sacerdócio senão, que, permitindo a necessária penitência e reparação pelo ocorrido, favoreceu uma consciência mais profunda de como o extraordinário tesouro, doado por Cristo a Sua Igreja, está contido em vasos de barro.

Tal situação, que é dramaticamente inquietante, poderia, inclusive, voltar desesperadamente se não estivéssemos seguros de que o diabo, o qual vence por desgraça muitas batalhas, perdeu definitivamente sua guerra já que foi derrotado pela Morte Redentora de Nosso Senhor Jesus Cristo e por Sua gloriosa ressurreição.


Com freqüência, particularmente em países de língua alemã, muitos sacerdotes são expostos a pressões por parte dos leigos e conselhos pastorais. Quase se tem a sensação de que certos leigos querem tomar o espaço do altar para assumir funções ministeriais. Em poucas dioceses de língua alemã, sacerdotes que querem ser fieis à Igreja se encontram frequentemente solitários. Às vezes nem sequer os bispos diocesanos oferecem aos seus sacerdotes o apoio necessário. Como que é visto este problema em Roma? Como deveriam e poderiam ser defendidos os sacerdotes em tal situação?

Em primeiro lugar quero afirmar com absoluta claridade e motivado convencimento que a colaboração entre sacerdotes e leigos é tão necessária quanto sacramentalmente fundada. É necessário vivê-la dentro de alguns parâmetros irrenunciáveis, tanto desde o ponto de vista teológico como pelo perfil pastoral. Há que recordarmos que o ministério do testemunho estão chamados todos os batizados e não simplesmente aqueles que receberam algum ministério eclesial. Os fiéis leigos dever ser educados neste sentido permanente do apostolado, que deve ser vivido sobre todo o mundo, em suas concretas circunstâncias existenciais, familiares, afetivas, laborais, profissionais, educativas e públicas. Os leigos realmente “comprometidos” são aqueles que se comprometem em dar testemunho de Cristo no mundo, não aqueles que suprem a eventual carência de clero, reivindicando porções de visibilidade dentro das comunidades.

Partindo desta clarificação sobre a vocação universal dos batizados, nada exclui que eles possam efetivamente colaborar no ministério dos sacerdotes, recordando sempre que entre o sacerdócio batismal e o ministerial, existe uma diferença essencial e não somente de grau.

Também neste caso se trata de redescobrir a fé na Igreja, que não é uma organização humana, nem muito menos pode ser administrada com critérios “empresariais” que obedecem as leis humanas, como a presunçosa ou real competência ou eficiência e a necessária repartição do poder, e que estão os mais distantes possíveis do autêntico serviço eclesial.

Considero que precisamente esta “redução empresarial” do modo de pensar a Igreja é uma das causas da assim chamada crise do número de respostas às vocações, como das polêmicas que, em sucessivas artimanhas, as vezes também orquestradas, se desencadeiam contra o celibato sacerdotal. Tudo isso forma aquela míope “estratégia de normalização” que busca, em última instância, expulsar Deus do mundo, retirando d’Ele aqueles sinais que, objetivamente, remetem a Ele de modo mais eficaz; em primeiro lugar a vida daqueles que, fiel e alegremente, escolhem viver na virgindade do coração e no celibato pelo Reino dos Céus, testemunhando desse modo que Deus existe, que está presente, e que por Ele é possível viver.


* * *

*O Atanasiano: O Cardeal fala dos jovens que se perdem nas mãos dos padres pedófilos, mas também poderia falar daqueles que são vítimas de pregações modernistas, portanto, manipulados a perderem a fé, mesmo que acreditem tê-la, só que em moldes puramente humanos, sem ser a fé teologal.



Shahbaz Bhatti (foto abaixo), Ministro Paquistanês para as minorias religiosas, assassinado por fundamentalistas talibãs em 03 de Março em Islamabad. Ele quis ainda permanecer no posto, mesmo sabendo que sua vida corria risco, por defender os cristãos e a revisão da chamada lei contra a blasfêmia, que afirma que bastando a denúncia por um muçulmano contra o cristão, este é levado à pena de morte. Ásia Bibi foi condenada após uma discussão com uma vizinha, por causa de uma caixa d’água. Ela a denunciou e está sob processo. Não necessitam provas.


“O Meu nome é Shahbaz Bhatti. Nasci em uma família católica. Meu pai, professor aposentado, e minha mãe, dona de casa, me educaram segundo os valores cristãos e os ensinamentos da Bíblia, que influenciaram a minha infância.

Desde menino, tinha o costume de ir à Igreja e encontrar profunda inspiração nos ensinamentos, no sacrifício, e na crucificação de Jesus. Foi o amor de Jesus que me levou a oferecer os meus serviços à Igreja. As espantosas condições nas quais se encontravam os cristãos do Paquistão me perturbavam. Recordo uma sexta-feira de Páscoa, quando tinha somentre treze anos: escutei um sermão sobre o sacrifício de Jesus para a nossa redenção e para a salvação do mundo. Pensei em corresponder aquele seu amor doando amor aos nossos irmãos e irmãs, pondo-me a serviço dos cristãos, especialmente dos pobres, dos necessitados e dos perseguidos que vivem neste país islâmico.

Foi-me exigido pôr fim à minha batalha, mas eu sempre refutei, até mesmo com o risco de perder a minha vida. A minha resposta sempre foi a mesma. Não quero popularidade, não quero posições de poder. Quero somente um lugar aos pés de Jesus. Quero que a minha vida, o meu caráter, as minhas ações falem por mim e digam que estou seguindo Jesus Cristo. Tal desejo é tão forte em mim que me considerarei um privilegiado se – neste meu esforço de batalha em ajudar os necessitados, os pobres, os cristãos perseguidos do Paquistão – Jesus quisesse aceitar o sacrifício da minha vida.

Quero viver por Cristo e por Ele quero morrer. Não experimento nenhum medo neste país. Muitas vezes os extremistas desejaram me matar, prender-me; me ameaçaram, aterrorizaram a minha família. Eu digo que, enquanto eu tiver vida, até o meu ultimo respiro, continuarei a servir Jesus e esta pobre, sofrida humanidade, os cristãos, os necessitados, os pobres.

Creio que os cristãos do mundo, que estenderam as mãos aos muçulmanos atingidos pela tragédia do terremoto de 2005, tenham construído pontes de solidariedade, de amor, de compreensão, de cooperação e de tolerância entre as duas religiões. Se tais esforços continuarem, estou convencido que conseguiremos a vencer os corações e as mentes dos extremistas. Isto produzirá uma mudança positiva: as pessoas não se odiarão, não matarão em nome da religião, mas se amarão umas às outras, trarão harmonia, cultivarão a paz e a compreensão nesta região.

Creio que os necessitados, os pobres, os órfãos, qualquer que seja a sua religião, serão considerados antes de tudo como seres humanos. Penso que aquelas pessoas sejam parte do meu corpo em Cristo, que sejam a parte perseguida e necessitado do corpo de Cristo. Se nós levarmos a termo esta missão, então nós ganharemos um lugar aos pés de Jesus e eu poderei olhá-Lo sem sentir vergonha”.

(aos cuidados de M.Antonietta Calabrò, por gentil concessão da Fundação Oasis e de Marcianum Press).

Tradução: Pe. Samuel Pereira Viana

A Verdadeira Missa

quinta-feira, 10 de março de 2011 |

Pergunta: Por favor, eu fico confuso quando vejo padres dizendo que não é necessário mais se ajoelhar na hora da consagração, que é preciso se modernizar. Quando fiz primeiro catecismo, me ensinaram a mesma coisa e que tudo é uma "cena" do calvário e não o ápice da Missa, por isso pergunto: o que é a Missa?

Uma explicação tradicional da Missa, feita por um monge beneditino, liturgista, escritor e editor do Missal Tridentino para a Missa com o povo e do Missal Quotidiano para os fiéis.Tradução dos Monges Beneditinos de Singeverga.

 por Dom Gaspar Lefebvre, OSB.

O sacrifício da Missa nada menos é do que o mesmo sacrifício do Calvário perpetuado nos nossos altares. Cometido o pecado original, que para sempre afastava o homem de Deus, só o sacrifício de Jesus Cristo, Homem-Deus, restabeleceria no homem a capacidade de render à majestade divina, com a reparação da culpa, aquele preito que toda a criatura deve ao Criador. Como fulcro central da religião, a Missa significa a atualização, levada a efeito pela Igreja, do sacrifício de Cristo sobre a Cruz, sucesso primacial, único ato redentor, posto no centro da história uma vez por todas, mas cuja presença, desta sorte, perdurará na sucessão dos tempos.

No Calvário, Cristo tudo nos reconsquistou. Filho de Deus feito homem e Cabeça da humanidade, substituindo-Se, vítima inocente, à humanidade culpada; chamando a Si a dívida do pecado e dando-Se à morte para a remir, Ele faz revogar a sentença do castigo que sobre nós pesava e restaura-nos na amizado do Pai. Com Seu sacrifício, Jesus justificou-nos, quer dizer, satisfez por nós a Justiça divina e tornou-nos justos pela Sua mesma inocência, participantes da Sua própria vida, enfim, seus co-herdeiros.

Ora, são as riquezas incalculáveis deste tesouro do Calvário que a Missa, quotidianamente, nos faculta e propicia. Não que a morte cruenta do Senhor se repita: para todo o sempre fixado na Glória, Jesus não volve a morrer. Mas o sacramento contido na Missa atualiza o que se operou sobre a Cruz. A separação do Corpo e do Sangue de Cristo, representada pelo pão e pelo vinho separados*, miraculosamente se efetua no altar em virtude da transubstanciação: toda a substância do pão se transmuta na do Seu Corpo, toda a substância do vinho na do Seu Sangue. É, pois, bem a vítima divina, em estado real de imolação, que a Missa faz ressurgir entre nós. O culto infinito de adoração, de ação de graças, de expiação e de súplica que, crucificado, o Filho rendeu a seu Pai, de novo o rende Ele sobre o altar, todas as vezes que se celebra a Santa Missa.

* * *

*Há que se deixar claro, por cautela aos leitores menos dedicados e apressados, o que o autor quis dizer por "a separação do Corpo e do Sangue de Cristo, representada pelo pão e pelo vinho separados" [sic]. A Missa não é uma representação do Calvário, é o próprio Calvário, assim sendo o que o Corpo e o Sangue, verdadeiro Corpo e Sangue de Cristo, representam sobre o altar, uma vez que estão separados em recipientes diferentes - o Corpo sobre a patena e no cibório; e o Sangue no Cálice -, é a separação do Corpo e do Sangue de Cristo que se operou na Cruz, embora quem comunga o Corpo comunga o Corpo e o Sangue; quem comunga o Sangue, comunga o Sangue e o Corpo, porque em ambos Cristo é total. É esta a verdadeira, e corretíssima, noção de "representar", que não é mera encenação, mas um símbolo do rito romano, verdadeiro que o próprio Cristo instituiu. 



A arte de costurar pra Deus!

terça-feira, 8 de março de 2011 |


Nosso amigo Danilo Augusto publicou interessante matéria sobre a confecção de um paramento tradicional que é uma verdadeira arte, pois envolve materiais selecionados, técnicas transmitidas de mãe pra filha (ou nesse caso de freira para freira) e muita paciência. Praticamente tudo é feito à mão ou com máquinas bem artesanais.

O resultado de tanto trabalho é uma casula ou uma estola que nunca será igual a outra. É como uma oração, é feita sob medida! O sacerdote não recebe o paramento numa sacola plástica, mas diretamente das mãos da irmã que se dedicou por horas (no mínimo 150 horas! para um conjunto completo bordado) na confecção de algo que ela sabe que será usado para o mais augusto dos fins - a missa! Que máquina industrial teria esse cuidado?

Não é apenas uma diferença de qualidade, embora só isso atualmente faça uma diferença absurda. É uma diferença de contexto.

Veja abaixo como é o processo de fabricação de uma casula tradicional, feita sob medida pelas freiras beneditinas de Maria Rainha dos Apóstolos.


O bordado é manual, acompanhando um molde para referência de cores. Contudo, nunca uma freira consegue reproduzir exatamente o molde, o que garante uma saudável variedade.
  

Um bordado complexo pode levar semanas, dependendo do tamanho.

"Linhoteca" - conjunto de linhas de diversas cores

Amostras das rendas que serão aplicadas nas vestes de baixo, como a sobrepeliz.


Amostras de texturas para aplicação em diferentes estilos de casula: gótica e romana.

Casulas na costura para finalização. Estilo gótico, normalmente menos elaborada que a romana.

Casula romana concluída.

Duas Belas Missas Cantadas

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Fotos de duas belas Missas Cantadas - assim como é cantada em todo rito tridentino - que tem toda a beleza do rito de São Pio V.




Catequese de Bento XVI sobre São Tarcísio: Aos Acólitos.

segunda-feira, 7 de março de 2011 |


São Tarcísio, rogai pela pureza de minha alma e de meu corpo.


Quem foi São Tarcisio? Não temos muitas informações. Estamos nos primeiros séculos da história da Igreja, mais precisamente no terceiro século; é dito que ele era um jovem que frequentava as Catacumbas de São Calisto, aqui em Roma, e era muito fiel aos seus compromissos cristãos. Amava muito a Eucaristia e, por vários fatores, concluímos que, provavelmente, fosse um acólito ou um coroinha. Aqueles eram anos em que o Imperador Valeriano perseguia duramente os cristãos, que foram forçados a encontrar secretamente em casas particulares ou, por vezes, também nas catacumbas, para ouvir a Palavra de Deus, orar e celebrar a Santa Missa. Mesmo o costume de levar a Eucaristia aos prisioneiros e doentes tornava-se cada vez mais perigoso. Um dia, quando o sacerdote perguntou, como sempre fazia, quem estava disposto a levar a Eucaristia aos outros irmãos e irmãs que a estavam esperando, levantou-se o jovem Tarcísio e disse: "Envia-me". Aquele menino parecia demasiado jovem para um serviço assim tão exigente! "A minha juventude - disse Tarcísio - será o melhor refúgio para a Eucaristia". O sacerdote, convencido, lhe confiou aquele Pão precioso dizendo-lhe: "Tarcísio, lembra-te que um tesouro celeste é confiado aos teus débeis cuidados. Evite ruas movimentadas e não se esqueça de que as coisas santas não devem ser jogadas aos cães, nem as pérolas aos porcos. Protegerá com fidelidade e segurança os Sagrados Mistérios?". "Morrerei - disse Tarcisio decidido – antes de cedê-los". Ao longo do caminho, encontrou alguns amigos pela rua, que se aproximaram e pediram que se unisse a eles. À sua resposta negativa, esses – que eram pagãos – suspeitaram e se tornaram importunos, e perceberam que ele portava alguma coisa no peito e que parecia defender. Tentaram arrancá-la, mas foi em vão; a luta tornou-se mais e mais furiosa, especialmente quando souberam que Tarcísio era cristão; o chutaram, atiraram pedras, mas ele não cedeu. Moribundo, foi levado ao padre por um oficial pretoriano chamado Quadrato, que também havia se tornado, secretamente, cristão. Chegou sem vida, mas ainda segurava firme junto ao peito um pequeno linho com a Eucaristia. Foi imediatamente sepultado nas Catacumbas de São Calisto. O Papa Damaso fez uma inscrição para a tumba de São Tarcísio, segundo a qual o jovem morreu em 257. O Martirológio Romano fixa a data de 15 de agosto e, no próprio Martirológio, reporta-se também uma bela tradição oral, segundo a qual, sobre o corpo de São Tarcísio, não foi encontrado o Santíssimo Sacramento, nem nas mãos, nem entre as suas vestes. Ali é explicado que a partícula consagrada, defendida com a vida pelo pequeno mártir, havia se tornado carne de sua carne, formando assim, com o seu próprio corpo, uma única hóstia imaculada oferecida a Deus.

Queridos [...] acólitos e coroinhas, o testemunho de São Tarcísio e essa bela tradição nos ensinam o profundo amor e a grande veneração que devemos ter pela Eucaristia: é um bem precioso, um tesouro, cujo valor não se pode medir, é o Pão da vida, é Jesus mesmo que se faz comida, sustento e força para o nosso caminho de cada dia e caminho aberto para a vida eterna; é o maior dom que Jesus nos deixou.

Dirijo-me a vós aqui presentes e, por meio de vós, a todos os acólitos e coroinhas do mundo! Servi com generosidade a Jesus presente na Eucaristia. É uma tarefa importante, que vos permitis estar particularmente próximos ao Senhor e crescer em uma amizade verdadeira e profunda com Ele. Guardai zelosamente esta amizade no vosso coração, como São Tarcísio, prontos a comprometer-vos, a lutar e dar a vida para que Jesus chegue a todos os homens. Também vós comuniqueis aos vossos pares o dom dessa amizade, com alegria, entusiasmo, sem medo, a fim de que possam sentir que vós conheceis este Mistério, que é verdadeiro e que o amais! Toda vez que vos aproximais do altar, tendes a oportunidade de auxiliar no grande gesto de amor de Deus, que continua desejando se doar a cada um de nós, a ser-nos próximo, a dar-nos força para viver bem. Com a consagração – vós o sabeis - aquele pequeno pedaço de pão torna-se o Corpo de Cristo, aquele vinho torna-se Sangue de Cristo! Sois afortunados de poder viver de perto este inefável mistério! Desempenhai com amor, com devoção e com fidelidade o vosso compromisso de coroinhas; não entreis na igreja para a Celebração com superficialidade, mas preparai-vos interiormente para a Santa Missa! Ajudando os vossos sacerdotes no serviço ao altar, contribuis para tornar Jesus mais próximo, de modo que as pessoas possam se sentir e tornem-se melhores: Ele está aqui; vós colaborais a fim de que Ele possa estar mais presente no mundo, na vida cotidiana, na Igreja e em toda a parte. Queridos amigos! Vós emprestais a Jesus as vossas mãos, os vossos pensamentos, o vosso tempo. Ele não deixará de recompensá-los, dando-vos a verdadeira alegria e fazendo-vos sentir onde está a felicidade mais plena. São Tarcísio mostrou-nos que o amor pode levar-nos até mesmo o dom da vida por um bem autêntico, pelo verdadeiro bem, pelo Senhor.

A nós, provavelmente, não é pedido o martírio, mas Jesus nos pede a fidelidade nas pequenas coisas, o recolhimento interior, a participação interior, a nossa fé e o esforço de manter presente este tesouro na vida de todos os dias. Pede-nos a fidelidade nas tarefas diárias, o testemunho do Seu amor, frequentando a Igreja movidos por uma convicção interior e pela alegria da Sua presença. Assim, podemos também dar a conhecer aos nossos amigos que Jesus vive. Nesse compromisso, nos ajude a intercessão de São João Maria Vianney, do qual hoje recorre a memória litúrgica, deste humilde Pároco da França, que transformou uma pequena comunidade e, assim, doou ao mundo uma nova luz. O exemplo dos santos Tarcísio e João Vianney incentive-nos todos os dias a amar Jesus e a fazer a Sua vontade, como fez a Virgem Maria, fiel ao Seu Filho até o fim. Mais uma vez, obrigado a todos! Que Deus vos abençoe nestes dias e bom retorno aos vossos Países!



Segue a tradução de parte da entrevista feita pelo jornal Avanti ao Mons. Nicola Bux. Via Rorate Caeli, Una Voce Portugal e Fratres in Unum. Os destaques são nossos.

Em que ponto está a “reforma da reforma” desejada por Bento XVI?

Com esta expressão, que Ratzinger utilizou quando ainda era o Cardeal Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ele quis dizer que a reforma que ocorreu após o Concílio tinha de ser retomado, e de certa forma corrigida onde, utilizando sempre suas palavras, a restauração da pintura tinha sido demasiada, isto é, ao tentar limpá-la, tinha-se assumido o risco de remoção de muitas camadas de cor. Começou esta restauração através de seu próprio estilo. O Papa celebra a liturgia de uma maneira suave, não espalhafatosa. Ele também quer que as orações, músicas e qualquer outra coisa não sejam em tons exibicionistas. E duas acções especiais nas suas liturgias que são óbvias devem ser notados: ele coloca a Cruz entre si e a congregação, indicando que o rito litúrgico não é dirigida ao ministro sacerdotal, mas a Cristo; e ajoelhando na recepção da Comunhão, indicando que esta não é uma ceia, no sentido mundano da palavra, mas uma comunhão com o corpo de Jesus Cristo, que é adorada em primeiro lugar, nas palavras de Santo Agostinho, e só depois comida.

Quantos obstáculos tem o Motu Proprio Summorum Pontificum sobre a Missa pré-conciliar enfrentando?

Acredito que, atualmente, os obstáculos são cada vez mais fracos do que no momento em que o Motu Proprio foi emitido, em 2007. Através da Internet, pode-se ver como há um movimento discreto de jovens que procuram e, tanto quanto possível, vão à Missa Tradicional, também chamada de Missa Latina, ou Missa de Todos os Tempos. E isso, creio eu, é um sinal muito importante para ter em atenção.

É claro que os pastores da Igreja, em primeiro lugar os bispos e os párocos, embora muitas vezes dizendo que devemos ser capazes de captar os sinais dos tempos, uma expressão muito em uso após o Vaticano II, muitas vezes não conseguem entender que os sinais dos tempos não são definidos por eles, mas que acontecem e são regulados principalmente pelos jovens. Acho que este é o sintoma mais interessante, porque, se apenas os idosos, os adultos, fossem à Missa Tradicional, um poderia abrigar a suspeita de que é nostalgia. O fato de serem majoritariamente os jovens que procuram e participam na Missa Latina (tridentina) é completamente inesperado e, portanto, merece ser lido, entendido, e acompanhado particularmente pelos bispos.

Acho que o Papa reconhece isto e é por isso que ele pretende fazer uma contribuição adicional através de uma instrução sobre a aplicação do Motu Proprio, para ajudar todos a compreender que, para além da nova forma do Rito Romano, existe a antiga ou forma extraordinária.





Jornal da PUC Minas: Encontrei a Missa Tridentina, e "acho que foi providência divina"

quinta-feira, 3 de março de 2011 |

Segue a notícia que saiu no Jornal dos estudantes de Jornalismo da PUC-Minas. A notícia ficou boa, fora alguns detalhes. Numa entrevista não se espera grande precisão. Espero que a geração de jornalistas que vai se formando não seja tão contrária à Santa Igreja. Parabéns aos dois estudantes , faço votos que os próximos anos da Faculdade não os tornem jornalistas que se acreditam aptos a corrigir o mundo.

MISSA A MODA ANTIGA NA CAPITAL

Evento religioso realizado aos domingos é celebrado em latim e divulgado no Caderno de Classificados do jornal Estado de Minas. Fiéis destacam a importância de se preservar as origens do culto, mantendo tradições como o véu e o canto

por CARLOS EDUARDO ALVIM, JOAQUIM CARVALHO,
2º PERÍODO

(Domingo) O clima é de silêncio e a capela é pouco iluminada. As pessoas se vestem formalmente, mulheres usam véus sobre suas cabeças e o canto anuncia a entrada do celebrante. Paramentado e acompanhado por um coroinha, o padre Íris Mesquita Martins saúda os fiéis e começa a celebração de costas: In Nomine Patris, et fFlii, et Spiritus Sancti. A missa é celebrada em latim e anunciada no Caderno de Classificados do jornal Estado de Minas.

Pontualmente, às 17h de domingo, cerca de 80 pessoas se reúnem para participar da Santa Missa, na capela do Colégio Monte Calvário, na Avenida do Contorno, no Barro Preto. Há mais de dez anos, um grupo de pessoas movidos pela fé e pelo desejo de resgatar a tradição de elementos da Igreja Católica, se reúne aos domingos para celebrar a missa tridentina (missa tradicional em latim). No início, as celebrações aconteciam nas casas dos participantes. O interesse e a curiosidade pela doutrina católica levaram o auxiliar administrativo Renato Salles de Mello, 28 anos, a conhecer a missa tridentina. “Eu comecei a pesquisar sobre a tradição e tive o desejo de participar deste tipo de missa. Eu encontrei com uma pessoa, acho que foi providência divina, e ela sabia desta celebração e me indicou o local. No dia que teria a missa, ela me ligou, me avisando onde seria. Eu fui e estou participando até hoje”, observou.

O aumento do número de fiéis fez com que a missa se transferisse para uma capela no Bairro Ipiranga, Região Nordeste de Belo Horizonte. “Necessitávamos de um local maior, porque mais pessoas estavam freqüentando as celebrações e também torná-las mais públicas. Com essa mudança, as missas passaram a ser freqüentadas por mais pessoas. Vinha gente de diversos bairros de Belo Horizonte, de Nova Lima, Contagem, Betim, Ibirité. Isso nos levou a procurar um local mais central e que facilitasse o acesso dos fiéis. E aqui nós estamos há quase um ano”, explica o auxiliar administrativo, que participa da missa tridentina há seis anos e que ajuda o padre nas celebrações.

Guilherme Ferreira Araújo, 24 anos, mestrando em História da Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais, participa dos dois tipos de missa. Para ele, que vai quinzenalmente à missa tridentina, a principal diferença das missas está na forma que as pessoas agem. “O que me motivou primeiro foi o maior respeito que as pessoas demonstram pelo rito. Eu vejo que no rito ordinário, na missa comum, há muito desrespeito, muito falatório, as pessoas vão mal vestidas e não participam tão bem quanto aqui”, diz. O mestrando acha importante a participação, pois além de resgatar a tradição, a missa atende a um pedido do Santo Padre Papa Bento XVI. “Além de resgatar as tradições da Igreja, atendemos ao decreto, chamado Motu Próprio – escrito pelo pontífice em 2007, para que a missa voltasse a ser rezada pelo antigo rito romano, com tradições mais conservadoras”, comenta.

A missa tridentina despertou o interesse de Gabriela Marotta, 19 anos, estudante do curso de História da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para a jovem, a celebração serviu como resgate da fé. “Eu sempre fui católica como todo mundo. Fui batizada, mas na adolescência parei de freqüentar a Igreja, pois não concordava com tudo que ouvia. Para mim, a missa tridentina foi um estímulo para que eu estudasse mais a religião. Faço um curso à distância sobre filosofia e sempre leio livros sobre o assunto”, observa. Para participar da missa não é necessário conhecer ou falar latim. É disponibilizado um missal traduzido para o português, para que o fiel possa acompanhar os ritos da celebração.

Fonte: PUCMinas via Missa Tridentina em Belo Horizonte



O Atelier de Heráldica Maculan & Filippi (veja aqui) desenhou vários brasões eclesiásticos de padres do clero brasileiro e português. Atendemos qualquer diocese e sacerdote que deseje adquirir nossos produtos e nos sentimos honrados contribuir com a Igreja de Cristo.



Armas Priorais Sacerdotais do Revmo. Dom Bento de Lyra Albertin OSB, primeiro Prior Conventual do Mosteiro de São Bento em Pouso Alegre (MG).


Armas Sacerdotais do Revmo. Pe. Marcelo do Sagrado Lado, (no século Marcelo Santos), sacerdote da Congregação dos Pequenos Irmãos do Santíssimo Sacramento. Atualmente Padre Marcelo do Sagrado Lado está incardinado na Diocese de Caraguatatuba (SP). O carisma da ordem, fundada em 1907 por Pe. Eustáquio Montemurro é auxiliar o clero diocesano.

Armas Sacerdotais do Revmo. Pe. Manuel Rômulo Rocha, Pároco de São Manuel na Diocese de Sobral (CE). Consta de um Escudo Cortado onde se insere o Cordeiro de Deus com Seu Estandarte de Cruz que descansa sobre o Livro do Apocalipse sobre seus 7 selos; em volta do Cordeiro está o Alfa e o Ômega, pois Cristo é o Início e o Fim de todas as profecias do Antigo e do Novo Testamento.

Abaixo está a reconstituição exata da Paróquia São Manuel com as portas abertas donde brota um Rio de Água Viva que desemboca no Rio Acaraú que margeia a cidade de Marco (CE), esta "Água Viva" sai da Igreja onde se celebra os Santísssimos Mistérios para todos aqueles que vivem ao seu redor, por isso, banha todo o povo que quer se aproximar do Cordeiro de Deus. Ao lado da igreja se encontram três marcos de pedra, das antigas sesmarias portuguesas e que dão o nome à cidade.

Armas Presbiterais do Revmo. Pe. José Almeida de Matos Silva da Diocese de Teófilo Otoni (MG). A Cruz de Nosso Senhor divide os quartéis do escudo onde se encontram as quatro devoções: O Sagrado Coração de Jesus, Maria Santíssima, a Eucarístia representada pelo Pelicano e a Santíssima Trindade. A cor azul representa a Mãe de Deus e a vermelha o Sacrifício de Cristo, Nosso Senhor.

Armas do Revmo. Pe. Celso Júnior CSsR. O azul é Maria Santíssima, o Amarelo e o Branco representam a Santa Sé Apostólica. A Cruz e a Flor de Lis dividem os quartéis onde estão o Olho de Deus inserido no interior do Triângulo da Santíssima Trindade. A Fênix representa a Ressurreição de Cristo, o "XP" ou "Chi Ro" que são as letras gregas das iniciais de Jesus Cristo sobrepostas. A "Mão Professa" simboliza a fé Trinitária e a Encarnação do Filho de Deus.

Armas do Revmo. Pe. João Manuel Pinheiro Antunes da Diocese de Braga (Portugal) e pároco da Soberana Ordem de Malta. Os estilo do escudo segue o Brasão Pontifício do Papa Bento XVI, dentro se encontram as Chaves de Pedro, símbolos dos poderes da Igreja. A Estrela é Maria a Stella Matutina e o Pelicano é Nosso Senhor Jesus Cristo que alimenta Seu povo com a própria Carne e que tem sobre Ele a Cruz da Ordem de Cristo.

Segue abaixo uma dura constatação do Núncio Apostólico na Argentina, Dom Adriano Bernardini, na missa de abertura da Assembléia das Obras Missionárias Pontifícias (Buenos Aires, 22 de fevereiro de 2011). No final alguns comentários e os destaques são nossos. Fonte: Catapulta.com.ar via tradução de Fratres in Unum.

“Hoje em dia assistimos a um ensinamento muito especial contra a Igreja Católica em geral e ao Santo Padre em particular. Por que tudo isso? Qual é o motivo principal? Podemos enunciá-lo em poucas palavras: É a Verdade que nos é proporcionada pela Mensagem de Cristo!

Quando esta Verdade não se opõe às forças do mal, tudo vai bem. Ao contrário, quando esta apresenta a mínima oposição, surge uma luta que se transforma em calúnia, ódio e até mesmo perseguição contra a Igreja e mais especificamente contra a pessoa do Santo Padre.

… Na realidade, se quisermos ser sinceros, devemos reconhecer que ano após ano vem aumentado, entre teólogos e religiosos, irmãs e bispos, o grupo daqueles que estão convencidos de que a vinculação à Igreja não comporta o conhecimento e a adesão a uma doutrina objetiva.

Afirmou-se um catolicismo “ à la carte”, no qual cada um escolhe a porção que prefere e rejeita o prato que considera indigesto. Na prática, trata-se de um catolicismo dominado pela confusão de papéis, com sacerdotes que não se dedicam com empenho à celebração da Missa e às confissões dos penitentes, preferindo fazer outra coisa. E com os leigos e mulheres que buscam roubar um pouco, por sua vez, o lugar do sacerdote a fim de ganhar quinze minutos de celebridade paroquial, seja lendo a oração dos fiéis ou distribuindo a comunhão.

…Eis aqui, portanto, a Verdade como causa principal desta aversão e diria quase perseguição ao Santo Padre. Uma aversão que tem como conseqüência prática sentir-se sozinho, um pouco abandonado.

Abandonado por quem? Eis aqui uma grande contradição! Abandonado pelos opositores da Verdade, porém, sobretudo, de certos sacerdotes e religiosos, não somente de bispos, mas não dos fiéis.

Assim, o clero está atravessando uma certa crise, no episcopado prevalece um baixo perfil, não obstante os fiéis de Cristo estejam também com todo o seu entusiasmo. Obstinadamente continuam rezando e vão a Missa, freqüentam os sacramentos e a rezam o rosário. E, sobretudo, esperam no Papa.
(Texto completo em Aica)

A ninguém escapa a importância do grave diagnóstico feito pelo Núncio, embora eu preferisse que em vez de “abandono” tivesse empregado “apostasia”, o termo teológico correspondente. Porém, já é bastante o que se disse para esses tempos em que bispos e padres débeis – e acrescentamos também católicos profissionais e de sacristia – preferem se fazer de desentendidos, praticando a política do “avestruzismo”.

Porém, nós fiéis estamos cansados de palavras, por melhores que sejam. Agora deveriam vir de Roma as ações, os gestos de autoridade, a limpeza, a restauração da disciplina e, sobretudo, a pregação íntegra da Verdade.

Rezemos, portanto, para que o Papa tenha forças para reconstruir a Igreja, guardando santamente e expondo fielmente a revelação transmitida pelos Apóstolos, quer dizer, “o depósito da fé”. (Concilio Vaticano I, Constituição dogmática Pastor aeternus).

Nossa Senhora da Salete, ora pro nobis.

* * *

[Comentário do Atanasiano]: Certeiras palavras do senhor Núncio, mas infelizmente, o drama vai além das palavras. A Igreja tem a mais bela cultura do mundo sob seu poder, uma cultura de arte, literatura, filosofia, teologia incomparáveis. O sacerdócio católico sustentou o ocidente por 2 mil anos e de repente, por razões já exaustivamente debatidas, há a renúncia deste elemento vital da fé em nome de uma participação dos leigos que só colabora com a mitigação da noção do mesmo sacerdócio. Ou se olha para Cristo e se usa da força disciplinar da Igreja, ou infelizmente, ficaremos somente em meros discursos.

Todavia, quero levantar algumas questões: como o senhor Núncio disse, "prevalece no episcopado um baixo perfil" [sic]. Ora, muito correto, e há de fato uma baixeza no perfil do episcopado, mas como mudar isso se não pelas nomeações? Perfis baixos são nomeados bispos, então, que se nomeie altos perfis, de caráter, de consciência do serviço que prestarão.

"Os leigos que querem seus quinze minutos de fama" são um mal absolutamente desnecessário. O mestre na liturgia é o sacerdote, mas estes leigos, em nome da "participação frutuosa", não plantam senão frutos já podres e impõe uma mediocridade litúrgica extenuante. A liturgia é por demais bela para ficar nas mãos de quem não a conhece.



São verdadeiras obras artes criadas para executar outras verdadeiras obras de artes. Abaixo verão 5 Orgãos em igrejas francesas, belos como a música sacra. É por ver elementos tão magnifícos nas igrejas e catedrais que insisto para que as pessoas se abram para o sentido verdadeiro da arte sacra: exaltar o divino em formas divinas.

Catedral de Saint-Jean-Baptiste

Notre-Dame de Amiens

Notre-Dame de Annonay

Catedral de Aveyron

Saint-Agricol em Avignon

Sabe-se que quanto mais uma pessoa se aproxima de Deus, mais ela consegue enxergar na criação a presença de Divina. O coral dos homens deve ser espelho do Coral Angélico, e nada melhor do que executar a música sacra de acordo com a liturgia celestial.