… nas escolas com 20 nacionalidades, com várias religiões, com várias línguas, com várias vivências, e portanto, isto para dizer que é um duplo desafio que se nos coloca. Quer dizer, coloca-se-nos naturalmente aos grandes protagonistas, e aqui estão sentados grandes protagonistas que têm esse desafio constante, como foi agora referido da Comunidade de Santo Egídio, e noutros domínios, mas se coloca a cada um na sua vida concreta na relação com o vizinho, na relação com o colega de escola, porque é por aí que se afirma também a liberdade, é por ai que também se afirma o diálogo e se afirma a construção da paz. Aliás, nós católicos sabemos que há muito esse apelo que a construção das grandes coisas começa na construção das pequenas coisas, e a paz no mundo começa na construção da paz na comunidade mais próxima.
Fátima - Senhor D. António Marto, em Fátima também há diálogo inter-religioso?
D. Marto - Sim. Portanto queria…
Fátima - Embora, por vezes haja polémicas. Estou-me a lembrar da visita do Dalai Lama.
D- Marto - Queria partir desta constatação de que vivemos numa sociedade pluricultural e plurirreligiosa que não há retorno para isto. E, por conseguinte, o diálogo inter-cultural, inter-religioso, é uma necessidade, é uma exigência, é um imperativo ao qual não podemos fugir, para a convivência pacífica entre as pessoas no seu quotidiano, hoje, como acabou de dizer o Senhor Professor, na escola, no trabalho. Ora, a convivência pacífica dentro de um povo marcado por esta diversidade cultural, e para a convivência pacífica entre os povos. Este imperativo é acrescido pela afirmação do islão, naturalmente, seja no Médio Oriente, seja aqui mesmo na Europa, por conseguinte não podemos fugir a este diálogo. E pela afirmação do eixo asiático no futuro, dento de poucos anos, com a China e com a Índia Japão. Por conseguinte, o diálogo intra-cultural com o oriente e com o diálogo inter-religioso com o budismo e com o hinduísmo. Ora bom, uma das prioridades deste Papa, que acabou de dizer isso mesmo, quando recebeu agora o novo embaixador italiano, é este diálogo inter-cultural e inter-religioso. Porque se não houver convivência pacífica entre religiões não há paz entre os povos. Se não houver este diálogo inter-religioso incendeia-se o mundo, ham. Se o deixamos andar para cada lado. Então temos de procurar aquilo que nos une mais do que aquilo que nos divide. Depois, há um outro problema que eu gostaria de, enfim, abordar muito rapidamente, que me está assim a peito, é o diálogo entre crentes e “não crentes”. Foi um diálogo que nos apaixonou na década de 60 70, até á Leia o resto deste artigo »